quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PENSE NISSO: PRECISO DAR-ME O PERDÃO SEMPRE.

A palavra perdão vem do latim “perdonare”. Não é só uma fórmula de polidez quando se perturba alguém, mas é, acima de tudo, o exercício diário de curar os pequenos ou grandes ferimentos que nos atingem, ou que fazemos acontecer a nós por nós mesmos. No exercício do perdão, sempre existe um dom maior a acolher e um estado de vida melhor a viver.

A verdade é que sem perdão não há reconciliação com minha história de vida. Geralmente o exercício do perdão acontece como uma atividade curativa, depois de uma ferida que já nos machucou. Por nos doer e nos entristecer, buscamos sanar com o remédio do perdão dado ou procurado. Certamente, este é também o terreno do perdão. Porém, temos uma necessidade grande de treinar o perdão como uma atitude preventiva.
Eu preciso acordar de manhã com a disposição de perdão, sabendo que no meu caminho, nas minhas relações comigo, com os outros e com o mundo, posso encontrar tropeços, desentendimentos, agressões e desconfortos. Isto não se confunde com aquele pessimismo que antecipa desgraças. O perdão como uma atitude preventiva é um clima interior que cria em meu ser uma disposição saudável de fortaleza, de serenidade e de paz que desarma o que vier na contramão do meu caminho.
Desde que vou tendo consciência de minha condição humana, com suas possibilidades e limites, eu sou chamado a impregnar todo o meu ser de perdão. A reconciliação conosco mesmos é a tarefa mais difícil. Muitas vezes, estamos em pé de guerra conosco, com as dificuldades e com as tendências diferentes que vivem dentro de nós.
Há um tipo de perdão que temos mais dificuldade de nos dar. É o perdão que precisamos quando cometemos um erro que prejudica nossa imagem diante das pessoas. Às vezes vamos nos revoltando porque recebemos certo tipo de formação, porque nascemos em determinado ambiente que não nos favoreceu tanto. Enfim, sempre somos carentes de perdão, porque necessitamos nos realizar.
Um dos modos mais eficientes de nos dar o perdão é trabalhar em nós a integração do negativo. Em nossa história ninguém leva consigo somente uma bagagem de ouro. Também levamos alguns punhados de lixo. Integrar o negativo é admitir que somos humanos e temos capacidades de conviver com nossos defeitos sem sufocar-nos por sua causa, nem deixa-nos dominar por eles.
Integrar o negativo é dar atenção e cuidado pleno ao que é bom e está bem em nós, mais do que patinar no barro de nossas fragilidades. Integrar o negativo é transformar o lixo que pode aparecer em adubo para uma vida criativa e dinâmica, construtiva e sadia.

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