terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

FICHA LIMPA AUMENTA RESPONSABILIDADE DO ELEITOR

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), assegurando a validade da Lei da Ficha Limpa já nas eleições deste ano, deve ser saudada com entusiasmo por todos os brasileiros. Além de atender a um apelo popular, sustentado por mais de 1,3 milhão de assinaturas, a inelegibilidade de políticos condenados criminalmente por órgão colegiado contribui para o eleitor correr menos riscos.

Desde que entidades começaram a fazer circular abaixo-assinados, criou-se a expectativa de que o objetivo era bom para a democracia e para a vida política em geral do país. A não aplicação da lei nas últimas eleições e a interrupção da votação pelo STF em novembro passado ajudaram a ampliar o debate e a consolidar a Ficha Limpa como um recurso indispensável. A aprovação, na semana passada, vem coroar de absoluto êxito a iniciativa.
Desde que um candidato a eleições políticas começou a ser considerado um produto - e isso tem cerca de meio século -, as ferramentas de promoção pessoal multiplicaram-se. A criatividade e o talento de publicitários e marqueteiros, aliados a sofisticadas tecnologias, num processo irrigado por muito dinheiro, construíram imagens que muitas vezes beneficiaram concorrentes despreparados, quando não mal-intencionados. E o eleitor não se municiou de recursos para identificar com clareza estratégias e artimanhas eleitoreiras, origem de frustrações e arrependimentos.
A Ficha Limpa é importante, mas não certifica a qualidade e as intenções de todos os candidatos. De certa forma, aumenta a responsabilidade do eleitor. Por isso, é preciso que ele continue usando critérios rigorosos, com avaliação, reflexão e questionamento, na hora de decidir em quem votar. Terá mais chances de escolher os melhores - ou pelo menos de evitar que seja ingenuamente iludido.

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