quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

BANDIDOS DE TOGA

O noticiário dos jornais é bastante esclarecedor e indica que, no embate entre as associações que representam os juízes como entidades corporativas e as instituições que corporificam a Justiça, a imprensa se colocou claramente em favor das instituições republicanas.
Apesar de, no início da crise, a maioria das reportagens ter oferecido espaços privilegiados para os inimigos da corregedora, como o ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, no decorrer do episódio foi ficando muito claro que a posição das entidades corporativistas era indefensável.
Alguns fatos que vieram à tona, como os volumes das movimentações financeiras suspeitas, o fato de o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter contratado sem concurso um ex-doleiro e o favorecimento de alguns desembargadores em pagamentos de benefícios no Tribunal de Justiça de São Paulo foram revelando que o corporativismo ameaçava o bom funcionamento e a reputação do Judiciário como um todo.
Contribuiu para aquecer a controvérsia uma frase da corregedora Eliana Calmon sobre “a infiltração de bandidos que estão escondidos nas togas”, mas os fatos revelam que, afinal, ela tinha razão: há bandidos sob algumas togas.

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