A Bíblia, como a temos hoje, é composta de 73 livros. Eles refletem a vida de diferentes realidades, contextos, culturas, e são compilados durante cerca de 2.000 anos. Já ouvimos dizer que a Bíblia é Carta de Deus escrita para nós. Ora, para entender bem o conteúdo de uma carta é importante que se tenha uma relação com quem a escreveu.
Hoje estamos muito mais distantes do tempo em que a Bíblia foi escrita. Para encontrar a Palavra de Deus, na Bíblia, precisamos dar atenção tanto à realidade que vivemos hoje quanto à leitura do texto no seu contexto. A Bíblia precisa ser um livro aberto e ligado com a vida. Há muitas formas de escutar e partilhar a realidade e de ler a Bíblia. Jesus, ao caminhar com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), ensina que é preciso “ler” com olhos abertos, “meditar” com o coração, entender os fatos dentro da História da Salvação e “rezar” e “celebrar” a partilha e “contemplar” a realidade com olhos pascais capazes de reconstruir a comunidade, na prática cotidiana. A leitura libertadora e comprometida com a prática da Palavra de Deus não pode esquecer três dimensões ou perspectivas: a realidade dos pobres, a comunidade e a Bíblia, com outras palavras: o contexto o pré-texto e o texto.
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