terça-feira, 12 de julho de 2011

O PODER DA DOÇURA

O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras.
Foi seguindo-o por muito tempo.
Aos poucos ele foi tomando volume e se tornando um rio maior.
O viajante continuou a segui-lo.
Bem mais adiante o que era um pequeno rio se dividiu em
dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.
A música das águas atraiu mais o viajante que se aproximou e
foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras.
Descobriu, finalmente, uma gruta.
A natureza criara com paciência caprichosas formas na gruta.
Ele a foi adentrando,
admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.
De repente, descobriu uma placa.
Alguém estivera ali antes dele.
Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos.
Eram versos do grande escritor Tagore,
prêmio Nobel de literatura de 1913:
"não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras,
mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção.
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."
Assim também acontece na vida.
existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e
que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas.
E existem as pessoas suaves, que sabem dosar a energia
e tudo conseguem.
São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante.
Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões
para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo.
E conseguem modificar muitas coisas.
Um sábio exemplo foi de Madre Teresa de Calcutá.
Antes dela e depois dela tem se falado em altos brados sobre
miséria, fome e enfermidades que tomam comunidades inteiras.
Ela observou a miséria, a morte e a fome rondando os
seus irmãos, na índia. Tomou uma decisão. Agiu.
Começou sozinha, amparando nos braços um desconhecido
que estava à beira da morte nas ruas de Calcutá.
Fundou uma obra que se espalhou, com suas casas de
caridade, por todas as nações.
Teve a coragem de se dirigir a governantes e homens públicos
para falar de reverência à vida, de amor, de ação.
Não gritou, não esbravejou
. Cantou a música do amor, pedindo pão e afeto aos
pobres mais pobres.
Deixou o mundo físico mas conseguiu insculpir as linhas
mestras do seu ideal em centenas de corações.
Como a água mansa, ela cantou nos corações e os conquistou,
amoldando-os para a dedicação ao seu semelhante.
Há muito amor em sua estrada que, por enquanto,
você não consegue valorizar...
Busque se aplicar no dom de ver, e vendo a ação da presença
do Criador, que é amor, na expressão mais alta, como conceituou
o apóstolo João, faça de sua passagem pelo mundo um dia feliz.
Se você espera ser útil e desaprova a paralisia do coração,
procure amar, porque todos os mistérios da vida e da
morte se encontram no amor... pois o amor é Deus!



(Livro: Rosângela)

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