sexta-feira, 22 de julho de 2011

MILHÕES DE SOMALIS E QUENIANOS PERTO DE MORRER DE FOME.


Nairobi – Para escapar da seca que assola seu país, cada somali deve percorrer 80 quilômetros de deserto arenoso entre a fronteira e o acampamento de Dadaab no Norte do Quênia, suportando um calor de 50 graus. A travessia demora nove dias.

A viagem a Dadaab é traiçoeira, e fica ainda mais perigosa quando cruza territórios caóticos com bandoleiros armados e inclusive policiais que investem contra os refugiados. E quando os que sobrevivem à viagem finalmente chegam a Dadaab, dão-se conta de que o acampamento está longe de ser o refúgio que esperavam. Estima-se que em todo o Quênia há cinco milhões de pessoas que sofrem fome severa devido à seca, segundo Abbas Gullet, secretário-geral da Cruz Vermelha queniana.
No Norte do país, a comunidade de Turkana está tão desnutrida quanto os refugiados em Dadaab. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicam que das quase 850 mil pessoas que vivem em Turkana mais de 385 mil crianças e 90 mil mulheres grávidas e em período de amamentação sofrem de desnutrição aguda. Isto aumentou para 78% a proporção de novas admissões de crianças desnutridas.
“Esta é uma situação muito séria. Em toda a região (o Corno de África) há mais de dez milhões de pessoas afetadas. Deste total, dois milhões de crianças estão severamente afetadas, metade delas sofre desnutrição aguda e muitos estão à beira da morte”, disse o diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake. Isto ocorre menos de dois meses após o presidente do Quénia, Mwai Kibaki, declarar a seca como desastre nacional, já que as vidas dos habitantes de Moyale, Turkana, Wajir, Marsabi e Mandera estão por um fio devido à falta de comida e água.

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