segunda-feira, 11 de julho de 2011

MAPA PRETENDE RECUPERAR 15 MILHÕES DE HECTARES INFÉRTEIS

Ao disponibilizar R$ 107,2 bilhões para o Plano Safra 2011/12, em meados do mês passado, a presidente Dilma Rousseff afirmou que era preciso dar aos produtores rurais brasileiros as mesmas “armas” que possuem os concorrentes de outros países para que possam competir em condições de igualdade. Além dos recursos financeiros, os agricultores do Brasil ganharão outra importante “arma”: a recuperação de 15 milhões de hectares de terras degradadas. A meta é devolver em condições de plantio 1,5 milhão de hectares por ano pelos próximos dez anos - ou até 2020, como prevê o programa divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Hoje, o Brasil tem cerca de 47 milhões de hectares ocupados com a agricultura e 170 milhões de hectares destinados para a pecuária. O total de áreas degradadas ou com baixo potencial de plantio é ainda desconhecido. Dependendo da fonte e dos critérios que utiliza para mesurá-las, vai de 30 milhões a até 100 milhões de hectares. Ou seja: pode haver mais terra no país sem condições de aproveitamento agrícola do que a atual área plantada com grãos e outras culturas.
“Nós já começamos a fazer o mapeamento das áreas degradadas, trabalho que depende também dos Estados. No máximo em dois anos saberemos o total e onde estão localizadas. Mas, independente do quanto vamos encontrar, a recuperação de 15 milhões de hectares é uma meta muito importante e factível”, avalia Denise Deckers, assistente técnica da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa. Dados do Ministério da Agricultura indicam que os maiores potenciais de recuperação estão na Região Centro-Oeste e nos Estados de Tocantins e Pará.
Denise ressalta que a missão do Ministério da Agricultura é produzir para atender demandas crescentes internas e externas, mas deve sempre ser perseguido o modelo sustentável. A recuperação dos 15 milhões de hectares pode representar aumento de um terço da área agricultável, o que permite produzir um terço a mais. Além disso, a disponibilização de mais terra para plantar “tende a reduzir pressões por desmatamentos de florestas com esta finalidade”, salienta a assistente técnica.  Em outras palavras, possibilitaria o aumento de área para plantio sem ter que sacrificar as florestas do país.

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