domingo, 31 de julho de 2011

CRISE AMERICANA A INCERTEZA DO FUTURO

O capitalismo americano não vai acabar hoje, seja qual for o resultado do escrutínio fiscal no Congresso. Mas o episódio fixa uma nova estaca na história da crise mundial. Obama não se mostrou uma alternativa política aos interesses  enfeixados pela supremacia das finanças desreguladas. Ao contrário. A crise fiscal evidenciou a  monopolização do sistema político norte-americano por uma direita extremista, filha da madrassa neoliberal ativada nas últimas décadas.Embebida em um laissez-faire rudimentar indissociável de uma visão de mundo belicista, que busca compensar a desordem intrínseca a sua ideologia com uma pregação moralista e religiosa de sociedade, a ortodoxia extremista coloca o mundo à mercê de uma potencia incapaz de exercer seu poder com algum equilíbrio. Ademais de irradiar instabilidade financeira, os EUA se transformam em fonte de insegurança política global. A negociação fiscal escancarou o que estava subentendido e consolidou uma dimensão  atemorizante do passo seguinte da história. Os países em desenvolvimento devem extrair as lições embutidas nesse episódio. E blindar sua agenda econômica e social contra os solavancos implícitos no ciclo que se anuncia.

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