quinta-feira, 28 de julho de 2011

A TRAGÉDIA NA NOROEGA DEVERÁ LEVAR A EUROPA A AGIR CONTRA O EXTREMISMO

Qualquer pessoa que tenha dado uma olhadela às páginas web dos grupos racistas, ou seguido os debates online dos jornais noruegueses, terá notado a fúria com que se difunde a islamofobia; o ódio venenoso que escritores anônimos vomitam contra as ideias anti-racistas e contra a esquerda política. O terrorista de 22 de julho participava nesses debates. Foi um membro ativo de um dos grandes partidos políticos noruegueses, o partido populista de direita (Partido do Progresso da Noruega). Abandonou-o em 2006 e procurou a sua ideologia na comunidade de grupos anti-islamistas da Internet.


Quando o mundo acreditava que isto era obra do terrorismo islâmico internacional, todos os homens de Estado, de Obama a Cameron, disseram que estavam ao lado da Noruega na nossa luta contra o terrorismo. E agora, em que consiste a luta? Todos os dirigentes ocidentais têm o mesmo problema dentro das suas fronteiras. Travarão uma guerra contra o crescente extremismo de direita, contra a islamofobia e o racismo?
Umas horas depois da explosão, o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, disse que a nossa resposta ao ataque deveria ser mais democracia e mais abertura. Se se comparar com a resposta de Bush aos ataques do 11 de Setembro, há razões para nos sentirmos orgulhosos. Mas no rescaldo da mais terrível experiência que a Noruega conheceu desde o final da II Guerra Mundial, eu gostaria que se fosse mais longe. É necessário ter em conta este trágico incidente para lançar uma ofensiva contra a intolerância, o racismo e o ódio crescentes, não só na Noruega, não só na Escandinávia, mas em toda a Europa.

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