quarta-feira, 20 de julho de 2011

JÁ FOI SEU MAS NÃO É MAIS.

A torcida brasileira ainda degustava a alegria da desclassificação da Argentina, eliminada pelo Uruguai depois de fazer quatro dos cinco gols possíveis nos pênaltis, quando os biliardários atletas do Brasil demonstravam o que a mídia sempre escondeu: eles jogam melhor fora de campo. Dentro das quatro linhas dão mostras sobejas de que não sabem sequer bater direito um pênalti, dar um passe correto ou ajudar o companheiro cercado por adversários.

O que se diria de um jornalista ou escritor que cometesse erros grosseiros de ortografia, errasse a regência de verbos conhecidos ou tropeçasse na concordância de gênero ou de número? Ficaríamos sem saber qual seria seu desempenho diante da necessidade insopitável de conjugar um verbo irregular, usar um anacoluto ou recorrer a outras figuras de linguagem, como metáforas, metonímias, elipses e silepses. Se não domina nem os fundamentos da escrita, é claro que se daria ainda pior no manejo dos sofisticados recursos de expressão.
Um redator assim seria classificado de analfabeto, burro, incapaz, apedeuta, cretino e outros adjetivos comuns aos insultos. Mas os jogadores da seleção brasileira, incluindo uma comissão técnica contratada por um presidente da CBF cujo prontuário é invocado com incômoda e reiterada insistência pela mídia, sobretudo nas derrotas, são tratados como deuses ou, no mínimo, heróis e super-homens, que fazem jus a biliardárias remunerações, angariadas pela venda de ingressos nos estádios e por contratos publicitários astronômicos.
Há alguns anos o futebol do Brasil não é mais o melhor do mundo. Mas uma mídia ufanista insiste em mantê-lo entronizado em lugar solitário num templo que realmente já foi seu, mas não é mais!



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