quarta-feira, 1 de junho de 2011

UM NOIVO MAPA SÓ COM PLANEJAMENTO E DISCIPLINA

A concentração é prejudicial à maioria das ações que envolvem serviços públicos. A descentralização, ao contrário, aproxima mais as pessoas de órgãos e gabinetes montados para atender as suas necessidades. Só esta diferença já embasa argumento favorável às emancipações políticas. Não dá nem para imaginar como seria, por exemplo, o Rio Grande do Sul, se mantivesse apenas os 64 primeiros municípios que tinha em 1900 - hoje são 496.

O mesmo vale para o Brasil. Estados com dimensões superiores às de países europeus acumulam dificuldades para levar às suas populações ensino, saúde, segurança... É natural, por isso, que surjam movimentos querendo desmembrar territórios. Mas é fundamental que se faça uma distinção entre os movimentos separatistas surgidos e conduzidos pela população e aqueles arquitetados por políticos interessados em se perpetuar no poder e usufruir das benesses que ele oferece. Também não se deve ignorar as elevadas despesas que gera a instalação de um Estado.
A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a realização de um plebiscito popular para decidir sobre a criação de dois Estados: Carajás e Tapajós, ambos no atual mapa do Pará. A decisão pode ter aberto caminho para que outros projetos semelhantes que tramitam no Congresso Nacional avancem. Se todos forem aprovados, o Brasil terá 37 Estados e mais quatro territórios. Isso significará muitas repartições públicas, centenas de novos deputados, senadores, milhares de servidores... O Brasil é continental, mas não pode ser transformado em uma colcha de retalhos nem ser obrigado a alimentar a proliferação de máquinas administrativas caras e dependentes da União. Acima dos motivos locais, os parlamentares precisam considerar o todo e analisar cada um desses projetos guiados pelo planejamento, disciplina e bom senso.

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