quarta-feira, 22 de junho de 2011

INTERESSES ECONOMICOS PÕE EM RISCO O DIREITO A ÁGUA.

 Só a projeção de que a disputa por ela será o estopim da terceira guerra mundial já permite dimensionar a importância da água. Esse líquido, que brota generosamente na natureza, sempre existiu em quantidade suficiente para saciar a sede do mundo. Apesar da abundância, centenas de milhões de pessoas não têm, hoje, acesso a ela na quantidade adequada. Além da escassez de fontes, a água que era um item natural do cotidiano - como o ar, o sol... -, passou a ter que ser captada e conduzida até as residências, transformando-se em um serviço pago.

É assim que funciona em todas as cidades, mas até agora o poder público sempre estabeleceu controle sobre os sistemas de abastecimento. E, apesar de antigos e sérios problemas em muitos municípios, o coletivo sempre norteou a maioria das decisões envolvendo a água.
Uma nova realidade começou a ser vislumbrada na semana passada, com a decisão do Tribunal de Contas do Estado, que abriu brecha para a privatização do serviço da água. Este é um tema que precisa ser amplamente debatido antes de uma mudança tão radical. Se, de um lado, o usuário não pode ficar sem água, por outro não é menos relevante considerar o poder que uma empresa responsável pela abastecimento terá.
Quem garante que será preservado o direito universal de acesso à água? A água é um bem precioso demais para submetê-la a interesses econômicos.
A maioria das prefeituras que não atendem sua população não suportaria uma avaliação rigorosa, tendo como parâmetro o bom senso, sobre prioridades que seus administradores adotaram. Também não se pode ignorar a inoperância das agências reguladoras, se elas forem usadas em eventual novo modelo de exploração da água.
A água é vital, ou, numa visão franciscana, é irmã e mãe. Não deve pertencer a alguém e nem a ninguém ser negada.

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