quarta-feira, 1 de junho de 2011

PAÍS PRECISA AVANÇAR NA REDUÇÃO DE MORTES MATERNAS

A questão da mortalidade materna é outro tema abordado pelo estudo da revista The Lancet. De acordo com o artigo, as principais causas de mortes maternas em 2007 foram doenças hipertensivas (23%), septicemia - infecção geral grave do organismo - (10%), hemorragia (8%) e complicações de aborto (8%).
Atualmente, o país registra 68 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos. A meta é de 35 óbitos para cada 100 mil nascimentos até 2015. Para atingi-la, a queda precisa ser de 48% em quatro anos. De 1990 a 2007, o país registrou uma redução da taxa em 56%, passando de 140 a cada 100 mil crianças nascidas vivas para 75 por 100 mil, conforme o governo federal. Para os especialistas, a diminuição foi significativa, mas ainda é insuficiente para tirar o Brasil do ranking das nações com alto número de mortes durante a gravidez e o parto.
A especialista em saúde pública da Universidade Federal da Bahia, Estela Aquino, que integra o grupo de pesquisadores, aponta a grande quantidade de cesarianas e a negligência em alguns cuidados durante o pré-natal, como medir a pressão arterial, entre os fatores que retardam a queda do indicador. Apesar de mais de 90% dos partos serem feitos em hospitais, a pesquisadora critica a falta de assistência adequada na hora do parto, obrigando as grávidas a buscar leitos nas maternidades às vésperas do nascimento do filho.
“A peregrinação das mulheres no momento de ter um bebê é grande. Também abusamos das cesarianas”, afirma. Estela. “Medir a pressão arterial da gestante é uma coisa simples que não tem sido feita e que causa impacto na taxa. A mortalidade materna é uma violação de direitos. São mortes, quase sempre, evitáveis”, disse.

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