quarta-feira, 1 de junho de 2011

DUAS DECISÕES BEM VINDAS: CONCESSÕES E REGULAMENTAÇÃO.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) anuncia que vai estimular a autorregulamentação e o governo federal faz a primeira investida contra o coronelismo eletrônico. Não é ainda o melhor dos mundos, mas é um indício de que governo e empresas de comunicação não estão fadados a confrontar-se permanentemente. Se cada um fizer a sua parte para sanear abusos, o processo se despolariza com naturalidade. E quem sai ganhando é a sociedade.

Ao admitir que o exercício do jornalismo deva ser monitorado além do voluntarismo empresarial, a ANJ acaba com o mito de intocabilidade e intangibilidade até agora usado para acobertar procedimentos antissociais. Mesmo que este acompanhamento seja exercido de forma endógena, intracorporativa, seus resultados logo serão percebidos pelo público externo.
O estímulo à multiplicação de ouvidorias e defensorias do leitor – um dos resultados mais esperados da autorregulamentação – criará uma nova dinâmica nas Redações e um novo relacionamento veículo-leitor. E se eventualmente alguns veículos optarem por ouvidores mais tolerantes, a concorrência acabará favorecendo aqueles cujo ouvidor seja (ou pareça) mais exigente. Uma coisa é certa: impossível ignorar os esforços de um veículo jornalístico para tornar-se mais confiável.

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