quarta-feira, 29 de junho de 2011

PROTEGER A CRIANÇA É INVESTIR NO FUTURO

Enquanto telonas e telinhas espalhadas pelo mundo exibem o glamour das novas coleções da moda, os últimos modelos de automóveis ou o charme de mansões, milhões de crianças são mantidas em porões infestados para cumprir jornadas de trabalho de 16 ou mais horas. Essa distorção passa despercebida à maioria e só ganha evidência em momentos especiais, como o patrocinado há poucos dias pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulgou relatório informando que há 115 milhões de crianças e adolescentes executando atividades perigosas.

Escravidão, prostituição, pornografia e crianças em conflitos armados estão entre as piores formas de trabalho infantil detectadas pela OIT. E ela se refere às mais nocivas, porque se fosse trabalho infantil em geral, listaria mais de 200 milhões de crianças.
A exploração é tamanha que a cada minuto uma criança sofre um acidente de trabalho, como revela matéria especial da página 8 desta edição. E muitas das que não são lesionadas ficam com a saúde comprometida pelas condições absolutamente inadequadas de trabalho.
Lamentavelmente, a sociedade civil ainda releva esse tipo de irregularidade quando se trata de criança de baixa renda. E com frequência emerge a relação: é melhor trabalhando do que trilhar o caminho do crime, como se só existissem essas opções - e o caminho da escola, da formação moral e profissional, da realização fosse um acesso proibido a essas vítimas.
Não é tarefa fácil erradicar a exploração de crianças - talvez seja até impossível em determinadas regiões por questões culturais. Mas é possível amenizar o drama dessas criaturas. E só há uma receita para isso: investimentos maciços em programas sociais. Sem ignorar, claro, a apuração de crimes e punição dos culpados. Porque governo que não cuida de criança não dará atenção ao adulto e muito menos ao idoso.

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