domingo, 5 de junho de 2011

ASILOS UM PROBLEMA PARA SER PENSADO E COM URGENCIA.

A população com mais de 60 anos é a que mais cresce no Brasil, porém, existem poucas alternativas para cuidar dessas pessoas quando elas começam a perder a independência. O número de instituições que abrigam idosos não acompanha o crescimento da terceira idade, que já chega a mais de 20 milhões de pessoas, segundo dados preliminares do Censo 2010, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As conclusões são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em todo Brasil, funcionam 3.548 asilos, mas apenas 218 (6,6%) são públicos.

O governo federal tem apenas uma instituição para os idosos, o Abrigo Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que atende 298 pessoas. Mais da metade das instituições de longa permanência para idosos brasileiras, 65,2%, são filantrópicas. A contribuição do setor público representa apenas 22% das receitas desses lugares. A pesquisa concluiu que os asilos são mantidos pelos recursos dos idosos ou de seus familiares, mesmo os filantrópicos que recebem financiamento público - o Estatuto do Idoso estabelece que as instituições podem contar com até 70% do valor do benefício da aposentadoria. Eu acho que o Estado tem, sim, que assumir uma posição mais efetiva na criação de mecanismos de proteção e cuidado das pessoas idosas, porque a capacidade de as famílias desempenharem esse papel está diminuindo ano a ano e, paralelamente, aumenta a demanda; alguém tem que assumir isso.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aponta uma tendência de possível aumento do número de idosos que necessitam de cuidados, já que pode haver uma redução na oferta de abrigo dentro da própria família. "O número de idosos com fragilidades físicas e/ou mentais tende a aumentar. Além de mais numerosa, essa nova fatia da população será composta principalmente por mulheres com um perfil diferenciado das atuais idosas", diz o estudo.  


Segundo o levantamento, elas serão “mais escolarizadas, mais engajadas no mercado de trabalho e com uma quantidade menor de filhos, características compatíveis com o fato de essas novas idosas fazerem parte do grupo que participou da revolução sexual e familiar iniciada em meados da década de 1960.” Em síntese, espera-se que aumente o número de idosos demandantes de cuidados e que a oferta de cuidadores familiares se reduza. Daí a necessidade de se pensar em termos de Comunidade uma solução para o problema. Quem se anima a encabeçar esta empleitada?

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