quarta-feira, 8 de junho de 2011

CIBERCOMBATE UM ATO DE GUERRA, SEGUNDO OS EUA.

O Departamento de Defesa norte-americano concluiu que a sabotagem em computadores praticada por outro país pode constituir um ato de guerra, uma decisão que, pela primeira vez, abre uma brecha para que os Estados Unidos respondam com a tradicional força militar. A primeira ciber-estratégia formal do Pentágono, da qual trechos não especificados deverão ser tornados públicos no mês que vem, representa uma tentativa recente de lidar com um mundo em mudanças, no qual um hacker pode representar uma ameaça significativa aos reatores nucleares, metrôs e oleodutos norte-americanos, enquanto hostil aos militares do país. De certa maneira, o Departamento de Defesa pretende que seu plano seja uma advertência, a potenciais adversários, das consequências de atacar os Estados Unidos dessa forma. “Caso pare de funcionar nosso sistema de poder”, disse uma autoridade militar, “talvez possamos enfiar um míssil por suas chaminés abaixo.”

Recentes ataques aos próprios sistemas do Pentágono – bem como a sabotagem do programa nuclear do Irã através do vírus Stuxnet – proporcionaram uma nova urgência aos esforços norte-americanos de desenvolver uma abordagem mais formal aos ciberataques. Um momento crucial ocorreu em 2008, quando pelo menos um dos sistemas de computadores militares dos Estados Unidos foi penetrado. Neste fim de semana, a Lockheed Martin, uma das principais empreiteiras militares, reconheceu que havia sido vítima de uma infiltração quando tentava controlar seu impacto.
O relatório do Pentágono também deflagrará um debate sobre um leque de questões delicadas até hoje não questionadas, incluindo como os Estados Unidos poderão ter absoluta certeza sobre a origem de um ataque e como definir quando a sabotagem a um computador é suficientemente séria para constituir um ato de guerra. Essas questões já foram objeto de discussões entre os militares.
Por esse motivo, os planejadores militares acreditam que a melhor maneira de deter ataques importantes é a de forçar os países que constroem armas de ciberataques a serem responsáveis por seu uso. Numa comparação paralela, dizem especialistas, é o que o que o governo de George W. Bush adotou ao responsabilizar governos estrangeiros por abrigar organizações terroristas, uma política que levou as tropas norte-americanas à campanha para expulsar os taliban do poder no Afeganistão.

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