segunda-feira, 13 de junho de 2011

O SONHO DE UMA VIDA MELHOR E O SOFRIMENTO

Tão antiga quanto a civilização, a migração é caminho para realização ou frustração, felicidade ou sofrimento. São inúmeros os casos de famílias que voltaram as costas à sua origem e rumaram na direção de uma vida melhor. Cederam à aspiração e ascenderam econômica e socialmente. Nunca, porém, sem superar adversidades.

Sacrifícios também passaram e passam milhões de pessoas obrigadas a abandonar amigos e familiares. Expulsas da terra pelo inevitável êxodo rural, fugindo da fome ou de guerras, há um contingente cada vez maior que perambula pelo planeta em busca de condições mínimas de sobrevivência. E o pior é que dificilmente encontra - acaba em subabitações de periferias de cidades, submetido ao subemprego ou à criminalidade.
São incontáveis as histórias patrocinadas pela mobilidade humana. No Brasil, as migrações começam pelos índios, passam pela desumanidade praticada contra os negros escravos, pelos imigrantes europeus e, em escala sempre intensa, pelos que se deslocam entre cidades ou Estados. A cada ciclo econômico um novo fluxo, como se as raízes tivessem de ser cortadas para que a pessoa pudesse pelo menos sonhar com um patamar melhor de vida.
É positivo que alguém procure novos horizontes e dê vazão à ambição pessoal e profissional. Porém, desde que seja espontâneo. Forçar uma família a se mudar para um ambiente desconhecido e hostil para sobreviver beira a crueldade. O mundo jamais passará sequer perto do ideal, mas é possível suavizar o drama de milhões de seres humanos - dando ao agricultor condições para se manter no campo; oferecendo emprego digno; permitindo ao filho do operário acesso ao ensino superior; alimentando a expectativa de uma vida melhor... Acima disso, o fim das guerras e de todas as formas de violência - um cenário ainda utópico, mas que deve ser perseguido.

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