sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

VIAGEM NO TEMPO

É tempo de férias! Muitos já se preparam para ir à praia, ao campo, conhecer lugares novos ou voltar àqueles que gostam. Viajar é motivo de alegria, mas nem sempre foi assim. Antigamente, viajar era sacrificante.
A história antiga tem vários exemplos de turismo: os egípcios do século II a.C. visitavam as pirâmides, os fenícios percorriam o Mediterrâneo, os gregos lotavam o santuário de Apolo. Porém, esses deslocamentos eram motivados por devoção, fuga ou necessidade de sobrevivência.
O primeiro impulso ao turismo ocorreu na Grécia antiga, por volta do século V a.C. Os jogos em homenagem a Zeus, realizados em Olímpia, a cada quatro anos, atraíam milhares de gregos. Séculos depois, imperadores romanos inauguraram na Europa uma rede de estradas e pontes feitas de areia, laje, brita e pedras lisas; uma opção às viagens marítimas. Os súditos usavam cavalos ou veículos de tração animal, os nobres eram carregados por escravos.
Com o fim do Império Romano, no século V, o turismo sofreu um retrocesso. Os bárbaros depredaram as estradas. O que sobrou delas era usado por peregrinos que iam à Terra Santa ou Santiago de Compostela. As viagens duravam meses e eram inseguras.
Essa noção começou a mudar com o Renascimento e a Reforma Protestante, que reduziram a valorização pelo plano divino e passaram a valorizar o plano humano. Agora, viajantes não buscavam só adorar deuses, mas conhecer cada pedacinho do mundo real.
As antigas estradas do Império Romano só foram abandonadas no século XIX, com a adoção das locomotivas e barcos a vapor. Planejar viagens também ficou mais fácil com o telégrafo.
Com o desenvolvimento do capitalismo, o homem mudou novamente a maneira de pensar: passou-se do ócio ao lazer, ou seja, do fazer nada contemplativo ao ocupar o tempo com atividades. Mas o turismo ainda era privilégio dos ricos. Após muita pressão dos sindicatos, os trabalhadores foram conquistando o direito ao descanso. Em 1936, o direito a férias remuneradas virou lei na França e se estendeu a outros países. A classe média só conseguiu se engajar nos circuitos turísticos entre 1945 e 1973. Era normal que primeiro os nobres desfrutassem das novidades que, pouco a pouco, se popularizavam. Foi assim com as viagens de trem, os passeios de carro e os pacotes aéreos.

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