terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A FAMOSA ESCALA DE VALORES.

Cercado de seguranças, óculos escuros, nome falso. Assim é a vida de um milionário. Seu nome é sintomático: Trouble (problema em inglês). Trata-se de um felizardo cachorro, que herdou nada menos de 12 milhões de dólares de sua dona, Leona Helmsey, falecida a algum tempo. Em seu testamento, Leona deixou a herança ao cachorro e algumas cláusulas testamentárias garantem o cumprimento de sua vontade. As despesas com o animal se aproximam de 300 mil dólares anuais. Elas podem aumentar, visto o animal ter recebido cerca de 20 ameaças de morte.
As ameaças, desconfia a polícia, partiram de herdeiros que foram excluídos ou receberam pequena parte da herança. Alguns parentes receberam menos que o Trouble, e quatro netos da falecida nada receberam. Independente disso, o cachorro fez também alguns inimigos particulares, pelo seu hábito de morder as pessoas. O testamento dá normas detalhadas sobre a assistência médica, refeições especiais e cuidados com a aparência do animal.
Dona de uma cadeia de hotéis e outros empreendimentos diversificados, Leona mereceu o título de “rainha da maldade” por causa de sua dureza no trato com os empregados. Ela teve também sérios problemas por evasão fiscal. Seu ponto de vista: só as pessoas pequenas pagam impostos.
Uma das tentações mais comuns é apontar a sorte ou culpar o azar pelo que acontece na vida das pessoas. Na realidade, os fatores sorte e azar podem acontecer, uma ou outra vez, na vida. Acima da sorte e do azar, a caminhada de cada um é marcada por uma lógica férrea. Aquilo que semeamos, acabamos colhendo. Todos, com ou sem consciência disso, criam para si mesmos uma escala de valores. Isso significa estabelecer uma hierarquia entre as atividades e metas da vida. Existe um valor maior, que assume o papel de ideal da vida desta pessoa. Depois aparecem outros valores importantes e, enfim, coisas sem importância.
A hierarquia de valores de Leona Helmsey parece não ter sido a mais correta. No topo, o dinheiro, ganho de qualquer modo. As pessoas, certamente, ocuparam um lugar muito discreto, pois ela as tratava mal. Tratava melhor o seu cachorro, a quem deixou grande parte da herança e a garantia de uma vida tranqüila.
O objetivo maior de cada vida é ser feliz. Terá ela sido feliz? Parece que não. Os valores que cultivou são muito pobres e insuficientes para dar um sentido à existência. Sendo milionária, ela morreu pobre, pobre de valores, depois de uma vida sem significado. Deus parece ter sido totalmente excluído de sua vida. Milionária, morreu pobre. Seu dinheiro não pôde ser levado, de contrabando, para o outro lado. E nem mesmo conseguiu fazer feliz o cachorro. Este, certamente, teria preferido a liberdade e um osso de vez em quando.

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