terça-feira, 10 de dezembro de 2013

FICA PORTANTO, A ESPERANÇA..

Com a proximidade do Natal, uma certa agitação parece tomar conta das pessoas. Muitos estão preocupados com presentes, ceia natalina, viagens. Os laços de pertença são intensificados e, por uns instantes, a alegria toma conta das pessoas. Há mudanças nos cenários de muitos municípios. A espiritualidade é mais acentuada e a busca pela paz intensificada. Por uns instantes, a humanidade parece dar trégua para os problemas e sofrimentos. Talvez seja esse o maior milagre deste período que antecede o Natal.
Por outro lado, a normalidade da vida não consegue esconder atitudes bem distantes da fraternidade e da justiça. Sem capacidade de transformações mais profundas, o poder constituído consegue prender alguns dos envolvidos no escândalo do mensalão. Não há muita empolgação, pois não se acredita que, um dia, a corrupção deixe de manchar o semblante deste país. Evidente que os culpados deverão dar conta dos seus atos. Porém, há que se mexer na estrutura injusta que compactua com a impunidade e fica indiferente diante de tantas vítimas de um sistema que não contempla os direitos fundamentais à vida.
A Copa do Mundo traz à tona a questão da precariedade da estrutura de aeroportos, estádios, hotéis. A demora nos encaminhamentos poderá comprometer a acolhida de milhares de pessoas. Esse grandioso evento deveria envolver a todos num clima de alegria e de vibração. No entanto, a situação parece ser mais séria do que se pensa.
A saúde, por sua vez, aguarda por urgentes investimentos. Mesmo sendo referência no tratamento da Aids, o Brasil assiste a morte de tantas vítimas, por falta de vacina. Há um longo caminho a ser percorrido. Porém, se não houver clareza de conceitos quanto à dignidade humana e à justiça social, as práticas sempre ficarão à margem dos direitos humanos. Fica, portanto, a esperança que o Natal seja portador de verdadeiras transformações.

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