terça-feira, 10 de dezembro de 2013

HÁ UMA MOBILIDADE INTERIOR.

A mobilidade humana está recebendo um olhar técnico e estratégico. Planejamentos e projeções ocupam horas de trabalho em diversos gabinetes e seminários. O crescimento das cidades e metrópoles tem dificultado o fluxo normal de pedestres e meios de transporte. Vias subterrâneas, elevadas, pistas alternativas, ciclovias e tantas outras alternativas buscam dar um alívio para uma população que se movimenta todos os dias.
É admirável como são projetados alguns entroncamentos e rotatórias. Mentes pensantes tentam minimizar o impacto do trânsito na vida das pessoas. Melhorias são perceptíveis. Por outro lado, todos os dias um número elevado de carros passa a fazer parte de uma frota que é maior do que a capacidade dos trajetos.
Se existe tal realidade quanto aos meios de transporte, não se pode deixar de recordar que as pessoas, na profundidade do ser, estão em constante movimento. Há uma mobilidade interior que provoca avanços, retrocessos, acertos e erros. Aqui parece residir a dinâmica do existir. De um lado para o outro, busca-se o desconhecido e o infinito. Assemelha-se a um desejo quase insaciável que dinamiza as artérias e, por vezes, acelera os batimentos cardíacos.
A inquietação que invade a todos tem provocado verdadeiras peregrinações. A própria insatisfação pode ser identificada como um desejo de encontrar um significado para os acontecimentos e sentimentos, por vezes desconcertantes. Não restam dúvidas de que viver é movimentar-se. Porém, todo o itinerário tem uma direção. Então, para onde a humanidade se volta?
Tem sido comum, na interlocução com as pessoas, perceber a infelicidade, mesmo que não falte nada materialmente. É urgente sair do anonimato e da indiferença e abraçar a espiritualidade como uma forma harmoniosa de movimentar-se em direção à transcendência. Somente quem se movimenta em busca do Absoluto será capaz de equacionar as contradições e confirmar as convicções. Ser feliz depende da forma como são agrupadas as energias e harmonizados os passos, dando aos movimentos um conteúdo de esperança. A mobilidade supõe um horizonte de inspiração.

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