quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

ATÉ ONDE VAI O NATAL.

No alto de uma montanha três árvores, em suas ilusões juvenis, sonhavam com o futuro. A primeira, olhando as estrelas, disse: eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. A segunda, olhando para o riacho, suspirou: eu quero ser um grande navio, transportando reis e rainhas. A terceira árvore, olhando para a planície, sonhou: eu quero ficar aqui, no alto da montanha e crescer tanto que, ao olharem para mim, as pessoas levantem seus olhos e pensem em Deus.
Os anos passaram e, um dia, um lenhador cortou as três árvores. A primeira acabou sendo transformada num cocho de animais, coberta de feno. A segunda virou um pequeno barco de pesca, transportando pessoas e peixes pelo lago. A última delas foi retalhada em grossas vigas e empilhada num depósito. Os sonhos haviam cedido lugar ao desencanto.
Mas numa certa noite cheia de luzes, estrelas e melodias, uma jovem mulher colocou o seu bebê recém nascido naquele cocho de animais. E os anjos anunciaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Ele ama” (Lc 2, 14). E a árvore entendeu que acolhia o maior tesouro da terra. Passaram-se alguns anos e a segunda árvore, transformada em barca, transportou um homem cansado que dormiu, em meio a uma tempestade, que ameaçava o naufrágio. Ele, acordando, acalmou o mar e questionou seus companheiros, homens de pouca fé... E a segunda árvore entendeu que estava transportando o Rei do céu e da terra.
Mais alguns anos, numa sexta-feira de trevas, a terceira árvore deu-se conta que duas vigas haviam sido unidas em forma de cruz. E nesta cruz, um homem foi pregado. Sentiu-se profanada e cruel. Mas no terceiro dia, o mundo vibrou de incontida alegria no aleluia pascal. A terceira árvore entendeu que, para sempre, a humanidade, olhando para ela, lembraria Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Um pequeno cocho, cercado por dóceis animais, dentro dele um menino, protegido por Maria e José. Esta é a cena mais bonita que a humanidade viu e lembra com infinita ternura. É o Natal. Mas não podemos esquecer que o Natal não termina ali. O menino cresceu, começou a missão e um dia morreu na cruz. Ressuscitado, ele mandou os seus anunciar seu projeto a todos os povos até o fim do mundo.
Natal não é apenas uma data, nem se completa em algumas horas. Há natais falsos anunciando viagens turísticas, incentivando o consumo ou mesmo solicitando um presente - pode ser usado - para crianças pobres. Natal é uma proposta para toda a vida, para toda a humanidade. É a certeza de que Deus nos ama e pede que nos amemos uns aos outros. Natal abrange o homem todo e todos os homens. É certeza de paz, de alegria. É a possibilidade de recomeçar. Não é comprado ou vendido. Não é reservado a poucos. É um convite a todas as pessoas de boa vontade. É a possibilidade de uma humanidade redimida e feliz.

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