terça-feira, 17 de dezembro de 2013

PELO MENOS O MÍNIMO NECESSÁRIO.

Um homem foi chamado para pintar um barco. Trouxe tinta e pincéis e começou a pintá-lo de um vermelho brilhante, como fora combinado. Durante o trabalho percebeu que havia um pequeno, mas perigoso, vazamento no barco. E decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura recebeu o dinheiro ajustado e partiu para outra tarefa. Alguns dias depois o dono do barco procurou o pintor e presenteou-o com um significativo cheque, o dobro do preço gasto na pintura.
O pintor não quis receber, explicando que já fora pago pelo trabalho. Mas havia um furo no barco que você consertou, insistiu o doador. Mas foi uma tarefa tão pequena que eu não quis cobrar, explicou o pintor. E o dono do barco situou a questão: quando pedi que você pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento.
Quando o barco secou, os dois filhos saíram com ele para uma pescaria. O pai não estava no momento. Ao regressar lembrou o furo que poderia levar o barco ao naufrágio e à morte dos filhos. Felizmente eles regressaram sãos e salvos. E o dono do barco deu-se conta da responsabilidade do pintor, fazendo um pequeno conserto que não estava no contrato.
Na vida há partidários do mínimo necessário e do máximo possível. Em se tratando de bens materiais, estão certos os que optam pelo mínimo necessário. Em relação ao dever, vale o contrário, o máximo possível. Há pessoas que gostariam sempre de obter o máximo possível, mas contribuem com o mínimo necessário. Já se disse de alguém que ele era mais ou menos honesto. Isso não existe. A pessoa pode ser mais ou menos desonesta. Significa que ela é - sem sombras de dúvida - desonesta.
Existem os partidários do quase. Quase responsáveis, quase trabalhadores, quase religiosos, quase amigos, quase virtuosos... Napoleão Bonaparte falava das meias-medidas, que nunca vencem uma guerra. Uma coisa pela metade nunca chegará a ser uma coisa. É apenas meia. E nessa situação, inútil. Numa oportunidade, Ghandi perdeu uma sandália, que caiu da carruagem em velocidade. Imediatamente pegou a outra sandália e jogou-a na direção da primeira. Ninguém quer apenas uma sandália, mas o par. Nem ele queria apenas uma sandália.
Ninguém quer apenas meio automóvel e meio avião nunca voará. Assim é a vida. Há pessoas que jamais se comprometem por inteiro, apenas pela metade. Fazem o mínimo necessário para não perder o emprego, o mínimo necessário para não perder a esposa ou o marido, o mínimo necessário para não perder o ano na faculdade, o mínimo necessário para estar de bem com o Pai do céu. Isso acaba criando vida medíocre, sem vibração e sem sabor. Meia vida. Meias-medidas perdem todas as batalhas, o “quase” nunca conseguiu a vitória final e ninguém faz nada com uma só sandália.
A Palavra de Deus fulmina a mediocridade: “Conheço tuas obras. Não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente. Porque és morno, estou para vomitar-te de minha boca” (Apocalipse).

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