terça-feira, 31 de agosto de 2010

OBAMA OU ELES: OS ESPECULADORES FINANCEIROS

Barack Obama e os democratas que ele liderou em uma vitória formidável há dois anos estão caindo diante de uma crise econômica que ele não ajudou a criar, mas tampouco conseguiu resolver. Isso é um pouco injusto, pois a principal responsabilidade é de seus antecessores, Bill Clinton e George W. Bush, que soltaram os touros de Wall Street nas ruas onde viviam as pessoas comuns. E houve apoio universal republicano no Congresso à desregulamentação radical da indústria financeira que produziu esse fiasco.

A questão central para a economia é o custo continuado da bolha imobiliária que só se tornou possível depois que a "segurança legal" - alardeada como uma necessidade por Lawrence Summers, secretário do Tesouro de Clinton - foi garantida a pacotes de derivativos compostos por hipotecas subprime e Alt-A. Foi a Lei de Modernização dos Mercados Futuros de Commodities, redigida pelo senador republicano Phil Gramm e sancionada por Clinton, que legalizou o tráfico de pacotes de hipotecas residenciais duvidosas. Em qualquer sociedade decente, a criação dessas hipotecas insustentáveis e a "securitização" do risco irracionalmente associado a elas teriam sido qualificadas de esquema criminoso. Mas tal julgamento não foi possível porque, graças ao poder de Wall Street nos governos de Clinton e Bush, os banqueiros reescreveram as leis para sancionar sua traição.

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