segunda-feira, 30 de agosto de 2010

FORUM MUNDIAL DE EDUCAÇÃO NA PALESTINA

Entre os dias 28 e 31 de outubro, será realizado o Fórum Mundial de Educação em Ramalah, cidade palestina. Não será um Fórum temático a mais. Realizá-lo na Palestina tem um significado especial.
Ao não obedecer a Resolução da ONU do direito de criação de um Estado palestino, com os mesmos direitos do Estado de Israel, ocupando os territórios que deveriam constituir esse Estado, Israel – com o apoio solitário dos EUA – impede que a decisão das Nações Unidas seja cumprida. Para chegar à Palestina, é necessário chegar ao aeroporto principal de Israel – Aeroporto Ben Gurion -, onde é necessário submeter-se aos interrogatórios dos serviços de segurança israelenses, que detêm o poder arbitrário de deixar uma pessoa passar ou não. A alternativa é descer na Jordânia e fazer uma longa viagem por terra até território palestino.
Embora com uma forte identidade, com uma história milenar, com uma extraordinária trajetória de lutas, a Palestina ainda não existe como território soberano, como Estado independente. Está invadida militarmente por Israel, que ocupa seus territórios, mantêm o país, separado entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, sendo esta, por sua vez esquartejada pelos muros que a cruzam, pelos assentamentos de judeus em pleno território palestino.
Os palestinos são dominados, oprimidos, humilhados, tenta-se fazer sua vida impossível nesses territórios para que se submetam definitivamente à superexploração ou a abandonar a Palestina, deixando o campo livre paro o objetivo de Israel – apropriar-se de todo o território palestino e incorporá-lo a Israel.
A realização do Fórum na Palestina tem muito mais significado do que simplesmente um espaço de discussão e intercâmbio dos movimentos que lutam por “um outro mundo possível”. Significa legitimar a existência da Palestina, dar voz aos palestinos, integrar a eles e às suas lutas no movimento global do Forum Social Mundial. Da mesma forma que foi importante que Lula não apenas visitasse a Palestina, mas fizesse o que os outros mandatários não fazem: dormisse lá, convivesse com o povo palestino, conhecesse as reais e opressivas condições de vida deles.
Mas, ao mesmo tempo, o Forum deve conhecer diretamente as condições muito precárias de funcionamento das escolas na Palestina, tanto materiais, como de materiais, que permitam o conhecimento, o estudo, a continuidade do conhecimento e da consciência da identidade palestina com as novas gerações.

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