terça-feira, 24 de agosto de 2010

FUNCIONÁRIO É FUNCIONÁRIO, PATRÃO É PATRÃO.

Não faz muito tempo, não: um dia, Joelmir Beting informou às Organizações Globo que decidira aceitar convite do Bradesco para participar de uma campanha publicitária. A Globo não concordou, Joelmir insistiu, e o antigo contrato de ambos foi rescindido, tanto na TV como no jornal. Como disse o comunicado interno de O Globo, a aceitação de convites para fazer propaganda comercial "não é compatível com a publicação da coluna e contraria as Normas de Conduta do jornal"
Mas amanhã, como diria Chico Buarque, já é outro dia. As Organizações Globo fecharam acordo com o mesmo Bradesco para difundir merchandising (pela primeira vez) no Jornal Nacional. A cobertura nacional das eleições usará como veículo oficial um avião com a logomarca do banco e da Globo. Sempre que as reportagens entrarem no ar, aparecerá atrás dos apresentadores uma arte com o jato, ostentando o nome do banco. O Bradesco coloca também seu comercial no intervalo do Jornal Nacional (e, ao mesmo tempo, patrocina a cobertura eleitoral de todas as outras tevês comerciais abertas).
Nada contra, nem a favor. A apresentação de anúncios ou de merchandising por jornalistas vale outra e extensa discussão. O curioso é como mudou a percepção das coisas. Um colunista não podia associar sua imagem ao Bradesco, por ser essa associação incompatível com as normas de conduta da empresa, mas o jornal inteiro pode. Funcionário é funcionário, patrão é patrão.

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