quinta-feira, 28 de março de 2013

PODEMOS VIVER SEM PETRÓLEO, MAS SEM ÁGUA NÃO

O Estado de São Paulo – onde está o maior contingente da população consumidora do país – possui apenas 1,3% do total da água doce existente no território brasileiro. A Sabesp faz o que pode para reduzir a perda. O que a estatal pode fazer é muito em termos de economia, mas ainda é pouco diante da magnitude do problema. 
Segundo dados da Unesco, o consumo de água no planeta aumenta cerca de sete vezes a cada cinco anos. Dos atuais sete bilhões de habitantes da terra, mais de um bilhão vive sem acesso à água potável. Um quilo de arroz demanda mil litros de água para ser produzido. Um quilo de carne, 13 mil litros. Não está na hora de reverter a situação e preservar esse recurso finito em tempos conturbados? 
Nos condomínios, o pagamento da conta de água e esgoto responde pela segunda maior despesa ordinária, superada apenas por mão de obra e encargos. Representa quase 15% da cota mensal. Mesmo assim, há perdas em quase todos os conjuntos residenciais e comerciais. Se continuar o consumo desmedido, água e esgoto logo serão a primeira das despesas ordinárias. 
Não é fácil abrir mão de um conforto tão arraigado em nosso dia a dia. Não acontece somente com a água. Estamos sentindo como é difícil abrir mão das sacolas plásticas distribuídas nos supermercados. Nunca é demais lembrar a importância de escovar os dentes e lavar a louça com a torneira sob controle. Que tal um banho mais rápido? Parece pouco mas não é porque cada gota fará a diferença. 
O Dia Mundial da Água comemorado em 22 de março está chegando. Quem se importa? O homem civilizado considera a água um bem hereditário, o que na verdade ela é. Mas esse bem hereditário não vai resistir ao consumo abusivo por um tempo ilimitado. Assim como não conseguimos sequer renunciar às sacolinhas de plástico nos supermercados, muito menos conseguimos renunciar ao conforto e à magia da água. Ela é a nossa mãe terra. É um item de lazer visceralmente ligado à vida no planeta, com ou sem civilização. Somos atualmente sete bilhões de vidas humanas no globo e a água tem de sustentar um nível de consumo nunca antes visto na história. 
Vamos repetir: o Dia Mundial da Água está chegando. O poder público deveria se mobilizar para a grande data, colocando em sua propaganda um vigoroso alerta tipo luz vermelha. A data é importante, mas a mobilização não deve ser apenas sazonal. Precisa durar o restante do ano. Podemos sobreviver ao fim do petróleo, mas não ao da água. 

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