sexta-feira, 8 de março de 2013

A FORÇA FEMININA

Dia Internacional da Mulher, 8 de março, simboliza para as agricultoras luta, resistência, organização e a busca de um mundo mais igualitário. E justifica-se. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a maioria das produtoras rurais não é remunerada e quando recebe, embolsa cerca de 25% menos dos que os homens e trabalha mais horas.
Existem no mundo mais de 1,6 bilhão de agricultoras, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Contudo, somente 2% são proprietárias da terra e recebem 1% dos créditos destinados ao setor. 
As agricultoras são as responsáveis por metade da produção de alimentos. Elas concentram a produção de grãos essenciais - arroz, trigo e milho. A contribuição feminina para outros produtos, como os legumes e as hortaliças, supera 90%. “O trabalho da mulher rural é invisível, não tem valor monetário e nem sempre a sociedade separa o produtivo do reprodutivo”, enfatiza a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, Carmen Foro.
Os dados no país, levantados pela Marcha das Margaridas, revelam que as agricultoras trabalham na criação de animais, nos cuidados com as hortas, entre outras atividades ditas de mulheres, além das lides domésticas. “Quando somadas a composição dessas tarefas passam a ser maiores em renda do que a atividade principal da propriedade”, declara Carmen. 
Contudo, as mulheres fazem sucesso no meio rural. Dão exemplos de empreendedorismo, sustentabilidade e ampliação dos negócios. No Brasil, conforme o Ministério do Desenvolvimento Agrário, 23% das famílias ligadas a alguma atividade da agropecuária são lideradas por mulheres. Quando à frente das propriedades, são responsáveis por decisões importantes, que envolvem investimentos nas lavouras, compra de maquinário, busca por certificações, proteção e inovações.

Desafio - A Emater/RS trabalha com 165 mil mulheres rurais em todo o Estado. “Um dos desafios é fazer com que as políticas públicas - historicamente direcionadas à família ou à produção da unidade familiar, tendo o homem como interlocutor -, passem a considerar a contribuição da mulher rural como protagonista na propriedade e geradora de renda”, destaca a assistente técnica estadual em gênero da instituição, Magda Limberger Tonial. 
Por isso, governos e entidades que representam o universo agrícola trabalham para ampliar o acesso dessas mulheres às políticas públicas, ao serviço de assistência técnica e extensão, a cursos que formam e qualificam as atividades produtivas e fortalecem a organização coletiva econômica desse público. “Ao potencializarmos ações que qualifiquem os empreendimentos das mulheres rurais, contribuimos para a emancipação e autonomia delas”, afirma Magda Tonial.

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