quinta-feira, 28 de março de 2013

A DOR DO AMOR.

O amor dói, mas a paixão dói muito mais. Há feridas que nascem do amor sincero e bonito, mas há feridas que ardem porque vieram da loucura ou do ódio. As feridas que Jesus suportou por amor foram causadas pela violência e pelo ódio fanático. Jesus morreu levado pela compaixão, mas quem o matou o fez por paixão religiosa e política.
Foi fanatismo. Os judeus sérios não aceitaram ontem como não aceitariam hoje aquela farsa, da mesma forma que cristãos sérios não admitem que se negue a dor dos judeus. Por isso o papa puniu um bispo que ousou negar a extensão do Holocausto. A dor daqueles judeus da Europa foi paixão e foi dor como a de Jesus. 
As dores da paixão têm, de um lado, os crucificadores; do outro, os crucificados. Há o que condena e prega na cruz tanto o culpado punido quanto o inocente, cruel e covardemente assassinado. Não vale o raciocínio de que o crime dos guerreiros dos outros é contra a humanidade e o dos nossos guerreiros é autodefesa. Se o outro torturou, não há anistia para ele. Quando o assassino de lá vira vilão e o de cá vira herói acuado que teve que matar, a verdade entra em colapso.
Jesus foi morto porque falou. Honremo-lo. Honremos os que morreram sem matar e deram a vida sem tirar vida alguma. Talvez não tenham criado uma nação, mas semearam mais esperança. E sem esperança, não há nação que resista.

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