sexta-feira, 1 de março de 2013

PELOS DIREITOS DA MULHER

Mulheres do campo voltaram a ocupar ruas e gabinetes de Brasília, na semana passada. Desta vez, foram cerca de três mil integrantes do Movimento da Mulher Camponesa. Poderiam ter sido de outras entidades, como ocorre, por exemplo, com a Marcha das Margaridas. O importante é que mais uma vez mulheres que vivem e trabalham no meio rural são obrigadas a ir até a capital federal para lutar por direitos que já deveriam ter sido garantidos há muito tempo.
A pauta da mobilização envolveu questões políticas - como reforma agrária e titulação de terras -, econômicas – financiamentos subsidiados para construir um modelo de produção agroecológica – e sociais – licença-maternidade de seis meses. O tema principal, porém, foi a violência contra a mulher.
É lamentável que em pleno século XXI as mulheres tenham que apelar aos governantes para que não sejam agredidas ou assassinadas. Parece algo fora dos padrões de uma vida normal, até de difícil compreensão. Mas as estatísticas mostram uma realidade injusta, cruel e, não raras vezes, trágica. Há anos que relatórios sobre conflitos agrários relacionam as mulheres entre as vítimas. Infelizmente, vítimas femininas há também em todas as cidades. Uma das diferenças é que nos centros urbanos já existe uma estrutura de atendimento e proteção às mulheres que sofrem violência. Na zona rural, não. A mulher fica mais indefesa e, por isso mesmo, mais exposta.
No próximo 8 de março o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher. Como seria bom que antes o governo brasileiro, ou mesmo de outros países, anunciasse medidas de proteção à mulher – enérgicas, com punição exemplar e, principalmente, com esquema de fiscalização para o pleno cumprimento delas. Isso, na verdade, é o mínimo que se espera. Para o bem feminino e da própria sociedade, afinal, se a vida da mulher do campo não é valorizada, muito menos o será o trabalho dela.

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