sexta-feira, 22 de março de 2013

O GOVERNO DO 1%, PELO 1%, PARA 1%

Ajuntamentos de barracas nos Estados Unidos: símbolo do crescimento da pobreza
Ajuntamentos de barracas nos Estados Unidos:
símbolo do crescimento da pobreza
 

Não adianta fingir que não aconteceu nada porque de fato aconteceu. O 1% mais rico dos americanos tem agora quase um quarto da renda anual do país. Em termos de riqueza, o 1% controla 40 por cento. Sua vida tem melhorado consideravelmente. Vinte e cinco anos atrás, os números correspondentes eram 12 e 33. Uma resposta a isso poderia ser celebrar a criatividade esforçada que trouxe boa sorte para essas pessoas, e afirmar que a maré crescente  acaba elevando todos os barcos. Seria um equívoco.
Enquanto o 1% viu os seus rendimentos aumentarem 18 % na última década, aqueles que estão no meio da pirâmide viram a sua renda cair. Para os homens com apenas ensino médio, o declínio tem sido intenso – 12 %  apenas no último quarto de século. Todo o crescimento nas últimas décadas, e muito mais, foi para aqueles no topo. Em termos de igualdade social, os Estados Unidos perdem de qualquer país da “velha, ossificada” Europa, para usar uma expressão usada pelo presidente George W. Bush para ridicularizar os europeus. Competimos em desigualdade com a Rússia com seus oligarcas e o Irã.
Muitos dos antigos centros de desigualdade da América Latina, como o Brasil, têm se esforçado nos últimos anos, com sucesso, para melhorar a situação dos pobres e reduzir as disparidades de renda. Mas os Estados Unidos têm permitido que a desigualdade de cresça.
Uma pequena elite de 1% tem as melhores casas, as melhores escolas, os melhores médicos, mas há uma coisa que o dinheiro não parece ter comprado: a compreensão de que seu destino está ligado com o dos outros 99%. Ao longo da história, isso é algo que o 1 % costuma tardar a aprender. Em geral, aprende tarde demais.

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