sexta-feira, 8 de março de 2013

EXPLORAÇÃO DE CRIANÇAS CONTINUA


O estudo “Trabalho infantil na pecuária”, divulgado na semana passada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), lança novos dados sobre este tema. Um deles é de que 60% das crianças que trabalham são empregadas em empreendimentos agrícolas do mundo.
A agricultura é um setor que sempre contou com mão de obra infantil – no Brasil e em todo o planeta. A questão, pelo menos no plano local, ganha um viés polêmico na medida em que pequenas propriedades dependem, até para a sobrevivência, do labor de todos integrantes da família – do avô ao netinho. Em geral, a julgar pelas propriedades da Serra gaúcha, trata-se de atividade moderada específica e no turno inverso ao da escola.
O condenável é quando meninos e meninas, alguns com cinco anos de idade, são usados em longas e cansativas jornadas. Mais grave ainda, como constatou a FAO, é o tráfico dessas crianças para regiões dentro do próprio país ou para o exterior. Obrigados a trabalhos forçados, esses menores perdem a infância, comprometendo, de maneira incisiva e cruel, até a vida.
No final do século passado, a discussão desse assunto ganhou um componente novo. O nível de extrema pobreza em algumas regiões impõe o envolvimento de crianças no sustento da família. Essa participação pode se dar com o trabalho infantil. A outra opção é a prostituição. Diante disso, até mesmo especialistas da ONU recuaram em relação a cobranças e exigências contra governo e pais.
É preciso separar bem as situações. Cada país tem sua realidade e cada família, suas necessidades. Mas jamais as crianças devem ser submetidas ao trabalho escravo ou abuso sexual. No dia em que os governantes – e a sociedade como um todo - decidirem atacar de fato a origem desses problemas, com ações voltadas ao social, que combatam a miséria, a subnutrição, a exploração desumana e sacrifícios degradantes, milhões de crianças, e de vidas, serão salvas.

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