Na realidade, ninguém nasceu sabendo e ninguém morre
sabendo tudo. O povo diz que o saber não ocupa lugar, mas em todo o lugar se
pode aprender. Costuma-se imaginar que o aprendizado é resultado de bancos de
escola, de livros, de professores e alunos, de canetas e papel, e hoje também,
de recursos eletrônicos modernos. Aprendizado é decorrência de alfabetização, de
línguas, de geografia e história, de ciências exatas e humanas etc. Porém, isto
não é tudo!
Minha intenção não é menosprezar o ensino formal, com sua
caminhada de alfabetização, de primeiro, segundo e terceiros graus, mestrados e
doutorados. O assunto que intriga a humanidade é como ser aprendiz da vida
sempre, especialmente fora da escola, dentro da vida real e no chão onde pisamos
sem ajuda de mestres e nem de máquinas.
Vida, que é vida, é chamada a ser um
permanente aprendizado. Nela a consciência vai se abrindo progressivamente para
a verdade e a verdade vai libertando e liberando sempre mais vida. Vida, que é
vida a renovar-se, em permanente primavera, é aquela que acolhe, re-elabora,
amplia e enriquece o mundo das ideias; sabe discernir e afeiçoar-se pelo bem e
pela beleza e consegue ir transformando as ações, dando-lhes sentido e grandeza
sempre maior.
É possível sermos aprendizes da vida, sempre! Podemos aprender
como ser e como não ser, como fazer e como não fazer, nos debruçando sobre os
acertos e erros próprios, e acertos e erros dos outros. Em geral, quando erramos
nos deprimimos e nos culpamos e nada resolvemos. Podemos transformar nossos
humanos fracassos em mestres que nos ensinam a não repetir os erros do passado e
deles tirarmos lições de cautela, cuidado e sabedoria para não continuar
caindo.
Na convivência do dia a dia temos uma natural tendência de não ligar
para o bem que os outros realizam e o bom êxito de suas iniciativas. Preferimos
ficar indiferentes em lugar de aprender com seu bom exemplo. Porém, quando
alguém erra, peca ou fracassa, logo se espalha a difamação e a fofoca, em lugar
de aprender como não chegar à mesma queda.
Quando nos damos conta de que
podemos ser aprendizes da vida, também nos convencemos que até os animais e a
natureza podem nos ensinar e nos comunicar lições de profundeza e grandeza, além
do visível.
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