terça-feira, 3 de abril de 2012

CONTINUANDO: PARA QUE A LIBERDADE.

O segundo estágio da liberdade é bem situado, quando buscamos saber o “para que”. Não basta querer a liberdade, a todo custo, se não se busca um foco de valores para investir esta riqueza, tão preciosa quanto a vida. O “para que” da liberdade é que vai nos tornando livres ou escravos.

De que servem nossas pernas ágeis se não sabemos para onde dirigir nossos passos? Para que serve o melhor material de construção se não sabemos que casa vamos construir? Para que serve a mais elevada inteligência se a vida não tem direção e nem sentido? Para que servem nossas forças se nossas intenções estão voltadas para o mal?
Se desejarmos a liberdade para qualquer coisa não somos verdadeiramente livres, mas condenados à indecisão, à instabilidade e à angústia. Uma vez que superamos certas escravidões externas ou internas necessitamos defender a liberdade conquistada, garantindo que outras formas de escravidão retornem. A autodisciplina, a organização da vida e seus projetos nos tiram do deserto de uma vida sem defesa e sem seguranças.
A liberdade que se conquista precisa abrir caminhos de possibilidades, de realizações autênticas, de solidariedade e conversão que nos possibilitem sermos homens e mulheres novos, que nos aproximem dos valores propostos pelo evangelho. A liberdade nos deve possibilitar viver conforme nossa vocação. Isso implica numa alegre responsabilidade diante da vida que é dom e tarefa.
Para que a liberdade? A essa pergunta somos convidados a responder por uma opção fundamental que se torna a base de nosso viver e de nosso agir. Saber para que vivemos, para que agimos, para que lutamos e para que escolhemos este ou aquele caminho ou estado de vida.
Assim, a liberdade se manifesta como uma energia a serviço de um ideal de vida, como uma fonte a serviço da fecundidade e da esperança, como possibilidade de criatividade e iniciativas, como capacidade de autodeterminar-se para o bem e assumir decisões por motivos válidos. Para nós, cristãos, a liberdade é alguém, Jesus de Nazaré, morto e ressuscitado.
Por esta liberdade, que leva a marca de autenticidade, necessitamos um projeto de vida a realizar. Ali se configura o conteúdo válido da nossa desejada liberdade. Um bom projeto de vida, na medida alta, impele o presente a movimentar-se para frente. Há uma vida escondida em nós que sustenta o nosso esperar. Roger Schutz dizia que a pessoa sem esperança ancorada no coração, perde o gosto e a coragem de avançar. Portanto, a liberdade existe para a esperança e a esperança alimenta o desejo de liberdade.
Quanto mais a liberdade se torna capacidade de amar, mais livres seremos e menos leis se fazem necessárias. É por esta razão que o melhor projeto de vida que nos forma livres é aquele que garante o aprendizado e a vivência do amor. Então conseguiremos ser livres para amar.



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