terça-feira, 17 de abril de 2012

HOMENAGEM AOS INDIOS


Eles já foram pelo menos cinco milhões, chegaram quase a ser dizimados, encolhendo para cerca de 300 mil, e hoje somam pouco mais de 800 mil. A variação de números começa pelo reflexo da presença do homem branco, avança com a cobiça e a disputa por terras e a linha volta a ser positiva devido a uma melhor atenção que passaram a receber - muito distante da ideal.
Os dados se referem aos indígenas brasileiros. Desde 1500, eles vêm sofrendo violências, sendo encurralados. De don
os absolutos do território tornaram-se ocupantes de reservas cujos limites quase sempre não são respeitados. As áreas de terra são proporcionalmente ainda muito maiores que as pertencentes aos demais brasileiros. E não falta quem escancare essa comparação. Mas muitas das riquezas internas foram ou estão sendo dilapidadas - de madeira a minérios, passando por plantas medicinais e pela fauna.

De únicos habitantes, se resumiram a 0,4% da população total do país; das 1.300 línguas que falavam, restaram 180; as 1.400 tribos foram reduzidas a um número ainda oficialmente desconhecido - mas obviamente muito menor. Esses números expõem um retrato de tristeza e sofrimentos, pintado com as cores da ambição e da injustiça. Provam a dificuldade ou a falta de vontade de um país para conservar, com respeito, um dos povos de sua origem; jogando-o, em muitos casos, para casebres à beira de rodovias.
Para um país crescer e se desenvolver, é natural e aceitável que ele avance sobre matas, rios, enfim, interfira no cenário original. São perdas compensadas pelo bem-estar e conforto - ou até sobrevivência. Eliminar culturas, vidas e povos, porém, passa a ser um crime inexplicável. Mais do que prestar homenagens aos indígenas, os novos donos deste país precisam se desculpar. E assumir o compromisso da convivência pacífica, respeitosa e harmônica com todas as minorias.

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