quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

UM ANIVERSÁRIO DIFERENTE

No último Natal, um casal de amigos meus convidou 30 amigos para um Natal diferente. Não haveria nem presépio nem a imagem do Menino Jesus na manjedoura. Quando chegaram, a esposa os recebeu à porta e após a conversa de entrada foram para a mesa onde o marido, vestido de Jesus adulto e com uma coroa de louros na cabeça, convidou-os para o seu 2012º aniversário. Soprou as velinhas que lembravam seus 2012 anos e desvendou atrás da mesa, na parede, um quadro de Jesus menino.
Convidou os presentes para falar de Jesus adulto e de Jesus ainda menino. Depois, todos deveriam falar dos seus natais e de como o viam. A conversa se prolongou e o Jesus adulto passou um filminho do seu nascimento em Belém e de seus primeiros anos em Nazaré. Foi montagem, coisa fácil de fazer em tempos de internet.
O resultado é que aqueles casais, ao voltarem para casa, contaram aos filhos como tinham celebrado o Natal. Sendo ele publicitário, passou aos amigos a ideia de que no Natal não se festeja o menino Jesus, mas o Jesus que foi menino. A manjedoura é memória. Para quem crê, o aniversariante é o Jesus atual, da mesma forma que festejamos os 50 ou 80 anos de alguém, relembrando sua infância.
O que o publicitário quis mostrar é que se pode lembrar o passado de Jesus sem agirmos como gente do passado. Jesus hoje projeta a imagem do adulto compassivo e exigente. Voltar ao menino como se ele ainda existisse é não entender um aniversariante. Ninguém de nós se veste de bebê no dia do nosso aniversário. Mas fazemos isso com Jesus.
O que fez esse casal deveria ser feito em todas as casas. Não há porque tirar de cena os animais, Maria, José e os reis magos. Pode-se até fazer o  São Nicolau, ou seja, o Papai Noel, ajoelhar-se junto aos reis magos diante do presépio. Se é para ser simbolismo, que o seja integralmente. Inclua trabalhadores, reis magos, povos do mundo, avô e avó, presenteadores, amigos e vizinhos na grande festa da fraternidade universal. Mas expliquem isso às crianças com um simples verbo no passado: Jesus foi menino. Não é mais.

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