sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

É DE PASSO E PASSO QUE A VIDA SE FAZ

Apesar dos mais sofisticados meios de locomoção e os novos recursos para encurtar distâncias, não podemos dispensar os passos do caminho. Os passos pequenos das crianças ou os grandes passos dos atletas e gigantes fazem parte do dinamismo humano que não nos permite parar. Uma das mais esperadas e agradáveis surpresas das crianças para seus pais são os primeiros passos. Mesmo que exijam maiores cuidados, são a expressão de uma vida saudável a desabrochar.
A capacidade de dar passos é própria do reino animal. As pedras não andam, nem as árvores saltam quando são ameaçadas. Nós pertencemos ao reino animal, porém sabemos que o animal segue o rumo que lhe é imposto pelos instintos. Para nós, humanos, não basta dar passos, ou caminhar. No cotidiano da vida somos chamados a ter consciência dos passos que damos, a fim de dar passos certos na direção certa. Antes dos pés se movimentarem, a mente precisa saber o rumo, a consciência deve discernir o caminho melhor. Então nossos passos andam movidos por nossas decisões livres, conscientes e responsáveis.
Às vezes, a impaciência de chegar, a ansiedade de estar no lugar em tempo e a pressa dificultam a valorização dos passos que damos. Bom é poder acordar e dar-nos conta que “passo a passo o caminho se faz”. Aprender a valorizar os passos revela a grandeza do coração humilde que vive a caminho, sem a pretensão de já ter chegado. Aliás, a cada provisória chegada, há sempre um novo horizonte que nos chama a prosseguir. Só chegamos quando nossos pés se tornarem imóveis e a vida no amor será o passo para a eternidade.
O salmista sabe utilizar a realidade simbólica dos passos como uma experiência religiosa decisiva nos caminhos da vida. O Senhor, que é todo segurança, firma os nossos passos! 
Certo dia uma senhora cadeirante me dizia: “Eu sei que sou paraplégica por causa de um acidente. Não poderei mais andar com meus pés, mas meu espírito caminha sempre ao 
encontro daqueles que eu amo e dos meus sonhos que não estão paralisados. Meu maior desejo seria voltar a andar. Hoje eu andaria diferente e daria um imenso valor a cada passo que eu pudesse dar. Mas, a estas alturas já estou integrando a minha situação de cadeirante. Com a graça de Deus estou aprendendo a caminhar de outro jeito, pois a vida não para e nem se esgota com alguns passos”. 
Finalmente, fica o convite para que lembremos o valor do passo a passo, de um caminho já percorrido e o breve ou longo caminho que temos ainda a percorrer.

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