sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

ONDE O EGOÍSMO PODE NOS LEVAR

Noventa e cinco dentre cem jovens cederiam o lugar. A maioria respeita os anciãos e os enfermos. Ele fazia parte dos cinco por cento que não perdem para ninguém, não cedem um milímetro de seus direitos não adquiridos e não dão a mínima para anciãos, enfermos ou portadores de alguma deficiência, até porque, deficiência por deficiência, a deles 
é pior: falta-lhes o essencial. Amam demais a pessoa errada, isto é, a si mesmos.
A companhia chamara os passageiros e, como de costume, idosos, pessoas com alguma deficiência, crianças e gestantes, tinham sido atendidos. Faltavam os demais. Um senhor, já nos seus 85 anos, chegou atrasado e, meio trôpego, quis passar à frente. O rapagão de 23 anos chiou. Ostensivamente, não permitiu passagem, alegando que também estava cansado e tinha viajado de longe. Era sua vez e não cederia! Ato contínuo, a atendente fechou a porta de vidro e disse que ninguém mais passaria, até que o ancião fosse atendido. Os da fila aplaudiram. O rapagão emitiu um sonoro palavrão. Fizeram-no ver que ele estava errado e que o “tiozão” tinha todos os direitos. Soltou outro palavrão. A menina que o acompanhava saiu da fila e fez menção de ir embora. Era demais par a cabeça dela.
Caso resolvido, ela teimou em ficar por último, o que o obrigou também a ir para o fim da fila, não sem resmungar e puxar briga com ela. Não foi preciso comentar. Todos perceberam a que extremos pode levar o egoísmo. Malquisto e malvisto, o rapaz não teve outra solução senão dormir o tempo todo. Ainda bem!

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