quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

IPHONE, IPAD E ISPERTEZA

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O que aconteceu no mundo desenvolvido nos últimos trinta anos foi, basicamente, um assalto legalizado das grandes corporações e dos bilionários aos cofres públicos por meio de artifícios que lhes permitiram pagar cada vez menos impostos.
Ronald Reagan nos Estados Unidos e Margaret Thatcher no Reino Unido comandaram uma concentração indecente de renda. Os dois levaram ao estado da arte o conceito de governo dos ricos, pelos ricos e para os ricos sob a fachada da desregulamentação e em meio a odes fanáticas à liberdade do mercado.
Não chega a ser surpresa a revelação neste final de semana pelo New York Times da imensa criatividade da Apple para pagar o mínimo de impostos – tudo dentro da lei. O mesmo engenho no marketing e na feitura de novos produtos, nota o NYTimes, a Apple mostrou na contabilidade.
Embora o grosso de suas operações esteja nos Estados Unidos, a Apple dá um jeito de transferir o pagamento de boa parte do imposto devido para países em que as taxas são baixíssimas. Um especialista calculou que apenas no ano passado a Apple deixou de pagar entre 2,4 e quase 5 bilhões de dólares à Receita Federal.
No esforço de não pagar impostos, a Apple — cujo quartel general é na Califórnia — montou uma operação em Nevada, onde a taxa é zero. Nevada hospeda, pelas mesmas razões, também a Microsoft de Bill Gates.
Do outro lado do Atlântico, na Inglaterra, um levantamento recente do Sunday Times mostrou que em 2011 os multimilionários ingleses ficaram ainda mais ricos – enquanto o país estacionava numa recessão que vai cobrando um preço alto dos chamados 99%.
Como esperar que os 99% aceitem os sacrifícios que muitos governos pedem para combater a crise econômica quando o 1% acumula cada vez mais dinheiro?
O caso da Apple está provocando um enorme barulho.
Mas é apenas um entre tantos, e tantos, e tantos.

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