sexta-feira, 14 de junho de 2013

NOVOS ARES

A imaginação sempre nos ajuda a abrir a mente e o coração para realidades significativas de nossa vida. Assim sendo, vamos nos imaginar trabalhando numa sala de janelas e portas fechadas por um longo tempo, sem ar condicionado e nem ventilador. 
O sufoco vai se impondo, o ambiente fica pesado e a atmosfera insuportável. Alguém chega e abre as janelas ou as portas e os novos ares convidam a continuar trabalhando com nova disposição e leveza. Respirar novos ares é uma exigência permanente e necessária na normalidade da vida. O sufoco não é só uma ameaça, mas já é uma experiência de morte. Novos ares são garantia de vitalidade.
Em todas as instituições humanas, seja na família, no mundo da política, na educação e na história da Igreja, pode-se chegar a momentos sufocantes que clamam por novos ares. Isto só é possível quando há pessoas de boa vontade, sensibilidade e disposição de abrir portas e janelas que favoreçam. Não é de estranhar que estas pessoas corajosas encontrem resistência da parte de quem prefere o sufoco do fechamento como pretexto de segurança e proteção.
São Francisco de Assis viveu a dura experiência do sufoco na vida familiar, no cenário político de seu tempo e na Igreja com suas alianças e práticas. Sem agredir ninguém, a não ser inquietar, Francisco foi abrindo janelas e portas, possibilitando a entrada de novos ares não poluídos pelas complicações humanas. O povo humilde começou a respirar ao ritmo do sopro do Espírito e encontrar-se com um Deus próximo e acampado em seu meio, o Deus da vida e não da majestade distante e sufocante.

Os novos ares que foram entrando na Igreja por fendas, janelas e portas, foram arejando mentes e corações até o dia do Conclave. No entardecer do dia 13 de março, o sopro do Espírito moveu os cardeais a escolherem um homem singular, fora das cogitações da mídia mundial, mas todo dentro da intenção de Deus para garantir os novos ares na Igreja, servidora da vida. A fumaça branca anunciava que o sopro do Espírito acendia para o mundo a chama de uma nova esperança.
Simplesmente Francisco! Este nome escolhido pelo eleito cardeal Bergoglio garante a retomada de um projeto de vida que vem confirmando a atualidade por mais de oito séculos. Simplesmente Francisco, trouxe novos ares despoluídos de poder, ostentação e sensacionalismos. Como Cristo se fez humilde para exaltar, como 
Francisco se fez pobre para enriquecer, 
o Papa Francisco encantou o mundo com seus gestos humanos, simples e sua agilidade em abrir janelas e portas para facilitar a passagem livre de Deus numa Igreja servidora.

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