segunda-feira, 3 de junho de 2013

NO MEIO DO CAMINHO

O vento bateu e trouxe uma nova sensação. Já não estava em seu melhor momento quando invadiu o já gélido ser. E com ele, este, despertou.

Partiu então para uma viagem insólita. Desposou-se de seu antigo modo, abriu mão de suas convicções, descartou conselhos funestos e saiu.

Seus olhos ainda confusos, mal conseguiam distinguir os objetos que lhe surgiam à frente. Ainda distorcidas, pessoas se aproximavam e se encantavam. Até que o ouviam, o acompanhavam e todo o encanto logo se desfazia, quanto mais perto chegavam.

Mas, o ser, aos poucos deixava o gélido para trás. Descamando progressivamente, enxergava nele uma epiderme sem as manchas características das ações do tempo. E seu peito se enchia, sua cabeça se erguia, entendendo que não era mais ele. Mas, ELE.

Neste processo, se viu de cima, ainda que por pouco tempo. Pois, em instantes, como que num mal súbito, ele desceu. Talvez, ainda não estivesse preparado. Talvez, ainda não se achasse preparado. Talvez, seria apenas um prenúncio do que viria a ser.

Mas, o medo lhe fez retornar. A insegurança se traduziu em pisadas para trás. E ele desistiu. Mesmo que temporariamente, mas o suficiente para que os dias se transformassem em meses, em anos.

Todavia, nem todos tiveram o mesmo fim.

E, assim, a evolução continuou seu caminho. Célebre caminho.

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