sexta-feira, 14 de junho de 2013

MAIS DO QUE RECURSOS FINANCEIROS, UMA POLÍTICA

O volume de recursos financeiros colocados à disposição dos agricultores, para custeios e investimentos, é importante porque pode viabilizar empreendimentos, elevar níveis de produtividade e gerar mais receitas para quem planta e para o país em geral. Mas junto com o novo recorde, de R$ 175 bilhões, anunciado pelo governo na semana passada, foram comunicadas medidas de igual ou até maior relevância. E não se referem apenas ao aumento do prêmio do seguro rural ou à elevação dos tetos dos custeios, embora ambas sejam bem-vindas.
No caso da agricultura empresarial, é louvável a decisão do governo federal de estabelecer uma política de médio prazo para a armazenagem. Há garantia de verbas específicas para este item neste e nos próximos quatro anos. Com estrutura para armazenar toda a sua produção, o agricultor poderá escolher o momento mais propício de mercado para comercializá-la. Evita-se, ainda, o fatídico desperdício – hoje o país tem condições de estocar apenas 60% do que produz.
Para os agricultores familiares, além dos R$ 39 bilhões, foi muito bem recebida a criação da Agência Nacional de Assistência e Extensão Rural (Anater). Como descreveu o ministro Gilberto Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, trata-se de uma iniciativa inédita que visa aproximar pesquisa agropecuária à extensão. Na prática, e se bem conduzida, a Anater pode significar uma das mais revolucionárias medidas para atender pequeno e médio agricultores. Um exemplo da eficácia pode ser conferido em Israel, aonde o sucesso agrícola passa pelo chamado “triângulo mágico”: agricultor, extensão rural e pesquisa. O modelo serve para apurar as necessidades dos produtores, eliminar dúvidas e problemas e ajudá-los a produzir mais e melhor. O resultado tende a ser o melhor possível – para todos.

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