sexta-feira, 14 de junho de 2013

EM MUITAS ESCOLAS HÁ BOAS INICIATIVAS PASSÍVEIS DE MULTIPLICAÇÃO

Educação. Palavra que toda hora está na mídia, no discurso de políticos, nos debates entre especialistas. Sempre com o mesmo bordão “Educação é a base de tudo”. Mas apesar do reconhecimento geral sobre a importância da educação, inúmeras matérias e pesquisas revelam o quanto ela ainda tem de evoluir e como necessita de mais investimentos no Brasil. 
Professores mal pagos, desvalorizados e desqualificados; escolas sem infraestrutura; projetos político-pedagógicos descontextualizados e desmotivadores estão entre os elementos que conformam um quadro de desrespeito a profissionais da educação, aos alunos, às famílias e as próprias comunidades.
No final de 2012 foi divulgada uma avaliação sobre a qualidade da educação em diferentes países elaborada pela empresa Pearson. O Brasil ficou na penúltima posição. O dado revela que não basta termos profissionais da educação comprometidos em promover mudanças. É necessário respaldo de política pública que torne estas experiências uma realidade comum.
Nas escolas públicas do meio rural e urbano, percebemos que há muitas aprendizagens e boas iniciativas passíveis de multiplicação. Em especial experiências que promovem a autonomia dos jovens na escola e na comunidade, permitindo que alunos saiam da posição passiva de meros receptores de conhecimento para uma postura protagônica de construtores e promotores de conhecimento. Jovens que promovem a consciência socioambiental, os cuidados de saúde, o prazer pela leitura, a melhoria da gestão de pequenos negócios... 
São iniciativas que dialogam com uma proposta de educação onde os conteúdos curriculares são trabalhados a partir do contexto local. Onde o processo de ensino e aprendizagem de uma escola do meio rural irá trazer para a sala de aula a realidade da agricultura familiar, das suas festas e crenças, dos períodos de seca, do impacto da caça predatória e do desmatamento de matas ciliares na produção de alimentos..., assuntos que estão no cotidiano da vida rural.
Na verdade, esta forma de conceber e praticar educação faz parte dos antigos ensinamentos de Paulo Freire. Infelizmente, muito do que ele deixou de legado fica apenas nos discursos e nas bonitas frases espalhadas nos murais de escolas. Está na hora de tirarmos Paulo Freire das paredes e murais e o colocarmos dentro de nossa sala de aula, na voz e na atitude dos professores e no coração e na alma dos alunos, afinal como ele nos ensinou “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”. 

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