terça-feira, 25 de junho de 2013

ALIADOS APOIAM E OPOSIÇÃO CRITICAM PROPOSTA DE DILMA.

Brazilian president Dilma Rousseff public transport
A proposta da presidenta Dilma Rousseff de convocar um plebiscito para realizar a reforma política agradou aos líderes dos principais partidos aliados, mas a oposição lembrou que Dilma já havia defendido uma mudança no sistema político do país ao tomar posse e não mobilizou sua ampla base aliada.
A presidenta propôs o debate sobre a realização de um plebiscito durante a reunião nesta segunda-feira com governadores e prefeitos de capitais em que debateram o que fazer para responder à crescente onda de manifestações populares pelo país que já levaram milhões às ruas.
“Quero, nesse momento, propor o debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita”, propôs Dilma.
O líder do PMDB na Câmara, maior partido da coalizão do governo no Congresso, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que Dilma está indo “por um bom caminho” ao fazer propostas concretas e que a tendência do partido é apoiar suas propostas, que ainda terão que ser debatidas com os parlamentares.
“Sem dúvida é uma mudança de atitude (da presidenta). Isso devia ser uma constante e não apenas em momentos de crise”, afirmou à Reuters o peemedebista, que tem oferecido resistência às propostas do governo recentemente.
Apesar da declaração de apoio de Cunha, um outro peemedebista disse à Reuters que o anúncio de Dilma sugerindo uma constituinte exclusiva para tratar da reforma política pegou de surpresa o partido e contrariou algumas de suas lideranças.
O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), elogiou a disposição da presidente de se envolver no debate da reforma política.
“Mas ela deveria convocar logo uma constituinte exclusiva, ela tem prerrogativas para isso”, disse ele.
“Aliás, devia ser uma constituinte exclusiva para debater além da reforma política, a reforma tributária também.”
Albuquerque criticou a falta de um pacto para a questão da segurança pública entre os pactos propostos pela presidente.
Dilma propôs um acordo nacional com governadores e prefeitos por responsabilidade fiscal, saúde, mais recursos para educação e transporte público, além da reforma política.
“O PSB apoia os pactos, mas vai cobrar o pacto pela segurança”, disse Albuquerque.
O líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o partido apoiará as iniciativas lançadas pela presidente, mas acredita que o Congresso poderá ampliar a pauta sugerida por Dilma, incluindo por exemplo a reforma tributária.
Segundo ele, a reforma política deve envolver o debate sobre o financiamento público, aumentar as possibilidades para consultas populares, incluir a fidelidade partidária como cláusula pétrea da Constituição e modificar o sistema eleitoral.
Já o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que a presidente está fazendo uma “proposta oca”.
“Quando ela assumiu, veio ao Congresso e fez um discurso dizendo que apoiaria a reforma política e depois não deu um pio sobre isso”, disse o tucano, lembrando do discurso de posse de Dilma.
Segundo ele, a presidente está “jogando areia nos olhos dos brasileiros” e “colocando suas responsabilidades sobre as costas dos outros, decretando a falência do seu governo”.

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