sexta-feira, 13 de julho de 2012

MÃOS CHEIAS DE PERFUME


Os gênios da lâmpada encantada fazem parte da literatura universal. Tradicionalmente, o gênio oferece a possibilidade de três pedidos, três desejos, que imediatamente se realizam. E nem sempre os pedidos são os mais inteligentes. A lenda das Mil e Uma Noites oferece muitas alternativas, mas sem esgotar as possibilidades.
Três amigos, reunidos numa casa, tiveram a visita do gênio, com sua lâmpada. Este, simplesmente, deu um buquê de rosas a cada um e desapareceu. Um pouco decepcionados, partiram para suas casas. Eles não haviam entendido o presente. Um dos amigos era muito generoso, o outro era ingrato e o terceiro conformado.
Aborrecido, o ingrato jogou suas rosas na lixeira. O outro, o conformado, levou
as rosas para sua casa e as colocou num vaso. O terceiro personagem, feliz pelo presente recebido, começou a distribuir suas rosas. Quanto mais distribuía, mais rosas
apareciam em seus braços. No dia seguinte, os três amigos reuniram-se para comentar o assunto. Novamente o gênio aparece e determina: as rosas que vocês receberam
se transformem em ouro!
O ingrato correu para a lixeira, mas esta já havia sido esvaziada. O conformado voltou para casa e encontrou seu vaso com rosas
de ouro, mas o generoso viu sua casa cheia
de rosas na mesa, sobre o armário, no
quarto... em toda a parte havia ouro.
Mais ainda, seus amigos e amigas, felizes, vinham agradecer a rosa de ouro.
Esta rosa tem muitos nomes, em nossa vida. É o amor, a generosidade, a amizade, a solidariedade, a família, a comunidade, a partilha, a prece. Quanto mais damos, mais recebemos em troca. Mas existe também o lado contrário. É aquele que joga seus dons – as rosas – na lixeira. Nada reparte e nada recebe de volta. Uma canção religiosa lembra: fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas.
Nenhum gênio virá satisfazer nossos desejos. É a vida que nos oferece mil possibilidades. Ela não nos dá o ouro, mas a possibilidade de consegui-lo. Ela não nos dá os frutos maduros, mas as sementes que irão produzir os frutos desejados. Os dons que recebemos não são nossos, mas emprestados, para serem colocados a serviço de todos. E o Evangelho fala do senhor, que ao viajar, distribuiu seus talentos de ouro aos empregados. Dois deles os multiplicaram, mas um deles – servo mau e preguiçoso – enterrou o talento (Mt 25,26). É a atitude egoísta e ingrata. São as rosas jogadas na lixeira.
O Evangelho fala da pobre viúva, que quase nada possuía, mas soube dar tudo o que tinha e por isso foi justificada pelo próprio Jesus: ela deu mais do que os outros. Ela multiplicou a rosa de sua generosidade.
E suas mãos ficaram cheias de perfume.

Um comentário:

  1. Ao escrever esta crônica, vc deve ter setido o quanto as atitudes das pessoas ropriciam, coisas boas ou más, apenas depende de quem e de como se observa as coisas.Muitas vezes deixamos coisas ótimas, que nos poderiam propiciar muitas coisas boas como o homem que foi distribyindo as rosas pr onde passava.Nunca sabemos o que nos aguarda pela frente, apenas aquilo que ocorre no momento, por esta razão é que a vida se orna dura e difícil para quem pensa apenas e sí.Tudo, tudo mesmo que deividims acaba se multiplicando, este é meu ponto de vista.

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