quinta-feira, 19 de julho de 2012

LIXO


Fomos acostumados a associar o lixo à sujeira, imundice, a restos. Por isso, os brasileiros maltratam os resíduos sólidos. A quantidade de resíduos gerados no Brasil totalizou 61,9 milhões de toneladas, no ano passado, 1,8% a mais do que em 2010, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos, lançado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Do total coletado, 42% do lixo acabam em local inadequado. “O aumento de resíduos sólidos de 2010 para 2011 foi duas vezes maior do que o crescimento da população, de 0,9% no período”, observa diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho. “Se continuarmos nessa curva ascendente e não conseguirmos, de alguma forma, adotar ações adequadas para conter essa geração, certamente, em médio prazo, nossos sistemas de gestão de resíduos entrarão em colapso”, alerta.
Cobertura - O estudo mostra ainda que, em 2011, foram coletados 55,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos, o que resulta em uma cobertura de 90%. “Cerca de 10% de tudo o que é gerado acabam em terrenos baldios, córregos, lagos e praças. Nós vemos que esse problema é recorrente em praticamente todas as cidades do país”, disse Silva Filho.
Da quantidade coletada, o Sudeste responde por 53% e o Nordeste por 22%. Nessas duas regiões estão concentrados 75% de todo o lixo do território nacional. Segundo o Panorama, 42% dos resíduos foram destinados em locais inadequados como lixões e aterros controlados. Silva Filho considera a segunda opção inadequada porque, do ponto de vista ambiental, têm o mesmo impacto negativo que os lixões. Para ele, o aterro controlado não protege o meio ambiente como um aterro sanitário.
De acordo com a publicação, a quantidade de lixo levada para aterros sanitários pode ter sido maior em porcentagem, mas ao analisar a quantidade nota-se que em 2011 a situação piorou. “Em 2010 o volume de destinação inadequada foi de 22,9 milhões de toneladas contra 23,2 milhões de toneladas em 2011”, disse.
O Panorama indica ainda que dos 5.565 municípios, 58,6% do total afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, o que significa um aumento de 1% em comparação ao ano anterior. Com relação à coleta de lixo hospitalar, os municípios coletaram e destinaram 237,6 mil toneladas de resíduos de saúde, das quais 40% têm destino inadequado. “Dessa porcentagem temos 12% indo para lixão, sendo depositados sobre o solo sem tratamento prévio, não só contaminando o meio ambiente, mas trazendo risco muito grave para as pessoas que tiram seu sustento desses lixões”, conclui.

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