quinta-feira, 19 de julho de 2012

CRIANÇAS À ESPERA DE UMA FAMÍLIA


Os abrigos que acolhem crianças e adolescentes no país estão cheios, mas ainda assim famílias esperam anos na fila para adotar um filho. A demora nos processos de destituição do poder familiar, em que os pais perdem a guarda e a criança pode ser encaminhada à adoção, explica em parte esse fenômeno. Outro motivo é a discrepância entre o perfil das crianças disponíveis e as expectativas das famílias.
A maior parte dos pretendentes procura crianças pequenas, da cor branca e sem irmãos. Dos 28 mil candidatos a pais incluídos no Cadastro Nacional de Adoção, 35,2% aceitam apenas crianças brancas e 58,7% buscam alguma com até três anos. Enquanto isso, nas instituições de acolhimento, mais de 75% dos 5 mil abrigados têm entre 10 e 17 anos, faixa etária que apenas 1,31% dos candidatos está disposto a aceitar.
Uma barreira ainda mais difícil de ser superada é a adoção de irmãos. Apenas 18% aceitam acolher irmãos. Em contrapartida, 35% dos meninos e meninas cadastrados têm irmãos. A lei determina que, caso a criança ou adolescente tenha irmãos também disponíveis para adoção, o grupo não deve ser separado, aceitando-se o rompimento apenas em casos excepcionais, que são avaliados pela Vara da Infância.
Ainda há outros entraves para que um menor seja adotado, entre eles a presença de algum tipo de deficiência física ou doença grave, condição que atinge 22% dos incluídos no cadastro. Bianca*, sete meses, é um exemplo. Ela foi acolhida em uma instituição logo depois de nascer, o que facilitaria a adoção, mas a menina tem paralisia cerebral. A mãe biológica, usuária de crack, tentou fazer um aborto e a menina ficou com sequelas. Os médicos que acompanham o tratamento de Bianca, no Hospital Sarah, em Brasília, estão animados com a sua evolução, segundo a assistente social Renata Cardoso. “Mas a gente sabe que no caso dela a adoção vai ser difícil”, lamenta. (Com informações da Agência Brasil)

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