terça-feira, 6 de março de 2012

ÁGUA: DEPENDEMOS CADA VEZ MAIS DELA.

Décadas de estudos e campanhas não conseguiram apagar a falsa ideia de que a água é um recurso infinito. Esse pensamento equivocado e atitudes decorrentes estão na raiz de problemas que não param de se alastrar, construindo um cenário trágico.

Às vésperas do 6º Fórum Mundial da Água (12 a 17/03), em Paris, e do Dia Mundial da Água (22/03), dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por outras entidades reforçam um alerta.
Já chega a três bilhões - 43% da população total do planeta - o número de pessoas que não encontram água a menos de um quilômetro de distância de onde moram; 900 milhões de habitantes não têm nenhum tipo de acesso a água limpa; por ingerirem água suja, 1,5 milhão de crianças morrem a cada ano.
Entre essas vítimas, a predominância é de africanos e asiáticos, mas há também brasileiros. Mesmo possuindo 12% da água doce do mundo, o Brasil não está conservando essa riqueza natural, tanto que, para citar um exemplo, 70% dos rios da faixa que vai do Rio Grande do Sul à Bahia estão contaminados.
O volume de água disponível no planeta hoje é o mesmo de 2.000 anos atrás, quando a população correspondia a apenas 3% da atual. Apesar disso, haveria água suficiente para todos se as fontes continuassem preservadas e se fosse assegurado o direito universal de acesso.
A destruição de mananciais e o desperdício geraram escassez e estão transformando a água em artigo de forte influência econômica e política. Dá para imaginar o poder de quem controlar rios, lagoas e recursos hídricos do subsolo. Por isso também é imprescindível que a água não seja tratada como produto do mercado regulado pela oferta e procura. A falta de água favorece interesses de grupos; a abundância ajuda a socializar. Cuidar da natureza evita um mal pior. Mais do que isso: é necessário reverenciá-la, porque toda a vida depende dela.

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