quarta-feira, 18 de maio de 2011

CRESCIMENTO SEM IGUALDADE SOCIAL GERA INJUSTIÇA

A sequência de informações positivas sobre o Brasil foi interrompida na semana passada quando o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou estimativa sobre a pobreza no país. São 16,2 milhões, ou 8,5% da população total, considerados extremamente pobres. Já foram mais, é preciso reconhecer, mas continuam muitos.

Do total apontado pelo IBGE, 4,8 milhões não possuem nenhuma renda e 11,4 milhões têm rendimento per capita de R$ 1 a R$ 70. Ou seja: são paupérrimos aqui e em qualquer parte do planeta.
A maioria dos brasileiros em situação de extrema pobreza é negra ou parda (70,8%), jovem (50,9% têm até 19 anos) e mora no Nordeste (60%). Um outro traço dá contorno ao perfil dos pobres: 46,7% vivem no campo, que responde por apenas 15,6% da população brasileira. Na segunda metade do século passado, o Brasil viveu um período de crescimento econômico que o distinguiu no mundo. Era o lado menos doloroso da sempre condenável ditadura. Mas a riqueza criada não foi repartida. Pior: ficou ainda mais concentrada.
Os brasileiros voltaram a viver com a estabilidade econômica, a inflação controlada e aumentos reais de salário a partir do Plano Real. Nota-se que, mais uma vez, parcela significativa da população está marginalizada desse processo. Um país não equilibra a distribuição de riquezas da noite para o dia. Isso requer tempo, planejamento e eficiência na execução. Mas se não houver predisposição em alcançar esse objetivo, ele ficará cada vez mais distante.
Os menos privilegiados não devem, novamente, ser esquecidos. O crescimento da classe C é importante, mas ainda insuficiente para promover a tão sonhada igualdade social. Um país em plena democracia e com desenvolvimento econômico não pode mais ser conivente com a fartura de poucos e a miséria de muitos.

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